Dizendo-se estar sob forte emoção, José Carlos Moreira da Silva Filho, vice-presidente da Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, destacou a vitória de Fernanda Torres na cerimônia do Globo de Ouro 2025, avaliando ser uma grande vitória para a política e para a cultura brasileira.
Durante o Conversas Cruzadas desta segunda-feira (06), que debatia a liberdade de expressão, lembrou que a história do desaparecimento do deputado Rubens Paiva, contada no filme Ainda Estou Aqui, não foi um fato isolado:
— Não é uma história única, infelizmente. Há muitas histórias assim, há muitos casos comprovadamente já, tanto do ponto de vista historiográfico, como sob o ponto de vista jurídico. E isso a gente verifica nos diferentes relatórios oficiais que nós temos no país instituídos e produzidos a partir de lei que foi aprovada no Congresso Nacional.
O professor cita os relatórios da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos e da Comissão da Verdade, além das decisões tomadas pela Comissão da Anistia.
— São centenas de casos de assassinatos, de estupros, de agressões contra crianças, contra mulheres, contra pessoas indefesas, que estavam sob a responsabilidade do Estado, de cerceamento das liberdades públicas. A ideia de uma liberdade de expressão, como hoje é defendida pela nossa constituição era impensável naquele contexto autoritário, naquele contexto ditatorial — completa o professor.