Já faz 10 anos que o Rio Grande do Sul elaborou uma lista dos animais que correm maior perigo de ser extintos no Estado. Agora é hora de atualizar essa relação. Um grupo de pesquisadores vai se reunir nesta semana, em Porto Alegre, para começar esse trabalho, que deve ser concluído até o início do ano que vem.
Em todo o mundo, existem animais que correm risco de desaparecer. Esse perigo tem várias razões, como a caça ilegal, a destruição das florestas e dos campos ou as mudanças no clima. No Rio Grande do Sul, a pesquisa publicada em 2002 listou 261 espécies de animais em situação de perigo. Entre eles, estavam bichos como a onça-pintada, o urubu-rei, o lobo-guará, a anta e o charão (leia sobre alguns deles abaixo).
De amanhã a sexta-feira, cerca de cem pesquisadores vão realizar um encontro no Campus da Vale da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) justamente para discutir esse assunto. Esses cientistas são ligados ao governo e a várias universidades. Durante as pesquisas ao longo dos próximos meses, vão trocar informações via internet.
- Agora existem mais dados sobre as espécies e seus hábitats. Vamos ter uma visão mais definida da situação - explica o biólogo Glayson Bencke, coordenador da comissão técnica do processo.
Os cientistas acreditam que os animais mais ameaçados em 2002 ainda devem estar em risco. Há espécies que realmente devem ter desaparecido - como o patinho-gigante, uma ave que mora em áreas de Mata Atlântica de Planície. Mas, nos últimos 10 anos, alguns bichos que eram dados como extintos foram reencontrados. Foi o que aconteceu, por exemplo, com o jaó-do-litoral e com o gavião-de-penacho, duas espécies de aves que vivem em florestas.
Os animais
Jaguatirica
Nome científico: Leopardus pardalis
Alimentação: carnívoro
Peso: 7 a 15 quilos
Quanto tempo vive: 21 anos
Hábitat: florestas, cerrado, caatingas e Pantanal
Risco de extinção no Estado: vulnerável
Charão
Nome científico: Amazona pretrei
Alimentação: frutos e sementes
Peso: 300 gramas
Quanto tempo vive: 30 a 80 anos
Hábitat: campos com capões de mata
Risco de extinção no Estado: vulnerável
Porco-queixada
Nome científico: Tayassu pecari
Alimentação: onívoro (carne e vegetais)
Peso: 25 a 50 quilos
Quanto tempo vive: 21 anos
Hábitat: florestas, savanas e Chaco
Risco de extinção no Estado: criticamente em perigo
Tamanduá-bandeira
Nome científico: Myrmecophaga tridactyla
Alimentação: insetos
Peso: 18 a 39 quilos
Quanto tempo vive: 14 anos
Hábitat: campos e florestas
Risco de extinção no Estado: criticamente em perigo
Urubu-rei
Nome científico: Sarcoramphus papa
Alimentação: carcaças de animais mortos
Peso: 3 a 5 quilos
Quanto tempo vive: 10 a 15 anos
Hábitat: florestas e campos
Risco de extinção no Estado: criticamente em perigo
Veado-campeiro
Nome científico: Ozotoceros bezoarticus
Alimentação: herbívoro (brotos, folhas, flores e arbustos)
Peso: 30 a 40 quilos
Quanto tempo vive: 12 anos
Hábitat: campos, cerrados e Pantanal
Risco de extinção no Estado: criticamente em perigo
Lobo-guará
Nome científico: Chrysocyon brachyurus
Alimentação: onívoro
Peso: 20 a 23 quilos
Quanto tempo vive: 12 a 15 anos
Hábitat: campos e cerrado
Risco de extinção no Estado: criticamente em perigo
Graus de risco:
Vulnerável: alto risco de extinção
Em perigo: risco muito alto de extinção
Criticamente em perigo: risco extremamente alto de extinção em curto espaço de tempo