Se as causas do comportamento agressivo dos pitbulls e rottweilers dividem opiniões, não restam dúvidas quanto aos prejuízos por eles causados. Casos como o do menino de cinco anos morto em meados de fevereiro por uma cruza das duas raças, em Capão da Canoa, provam que o melhor amigo do homem pode virar um grande inimigo. Seria possível ter uma visão mais clara do problema - e melhores soluções, portanto - se existissem estatísticas. É o caso dos Estados Unidos, ainda que por fonte não oficial. Levantamento do site www.dogsbite.org relacionou 128 mortes no país por ataques de pitbulls, entre 2005 e 2011.
No ano passado, publica o site, morreram 31 pessoas vitimadas por cães. Pitbulls e rottweilers, juntos, contabilizaram 84% dos casos registrados. A conta dos mortos por pitbulls assusta: 68% tinham entre 32 e 76 anos de idade, com 32% abaixo de cinco anos.
Por aqui, a Secretaria Nacional de Segurança Pública não dispõe de dados sobre ataques de cães, assim como a Brigada Militar. Não há padronização nas ocorrências policiais. Uma mordida pode aparecer como lesão corporal ou até tentativa de homicídio.
Alguns hospitais, porém, apresentam dados. No Hospital de Pronto Socorro (HPS) da Capital, 2.192 pessoas receberam atendimento em 2011 para ferimentos causados por cachorros. Ninguém morreu. Em 2012, contabilizam-se 411 ocorrências no HPS entre 1º de janeiro a 1º de março deste ano, com uma morte - justamente a de Gustavo Luís Gomes de Souza, o menino atacado em Capão.
Na emergência do Cristo Redentor, também na Capital, janeiro e fevereiro registraram 116 vítimas de cães, ou 0,75% dos casos em um universo de 15.450 atendimentos. Não há mortes atribuídas a cães.
Melhor amigo?
Falta de estatísticas no Brasil mascara prejuízos com ataques de cães
Pitbulls e rottweilers contabilizaram 84% dos casos de ataques registrados nos EUA
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