Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) revelam que o Rio Grande do Sul ostenta a maior fila do país de pretendentes à adoção de crianças, levando-se em conta o tamanho da população.
A lista de 39 interessados para cada 100 mil habitantes, mais alto índice entre os Estados brasileiros, demonstra a vontade dos gaúchos de aumentar a família a despeito de laços sanguíneos, mas também reflete dificuldades no caminho da adoção que acabam por aumentar o tempo de espera por um novo filho.
O Cadastro Nacional de Adoção, implantado em 2009 e sob administração do CNJ, registra 4.223 pedidos no Rio Grande do Sul para uma população de 10,69 milhões de habitantes - equivalente a 39,5 por 100 mil pessoas. Uma análise dos dados nacionais demonstra que o fato de o tamanho das listas de espera ser maior nos três Estados do Sul pode ter relação com o perfil de exigência dos pretendentes.
No Sul, 47,8% dos candidatos dizem aceitar apenas crianças brancas - índice que cai para 33% no Sudeste e 18% no Centro-Oeste, por exemplo -, enquanto dois terços dos meninos e meninas à espera de um lar em todo o país são negros ou pardos. Além disso, outros fatores como a existência de irmãos ou a ocorrência de doenças crônicas reduzem ainda mais a possibilidade de coincidência entre os perfis desejados e os disponíveis.
Casal aguarda bebê há quase dois anos
Moradores de Alvorada, o motorista Alessandro Amaral, 33 anos, e a vendedora Juliana Nunes de Oliveira, 33 anos, vivem uma espécie de gravidez sem data para terminar. É assim que eles encaram a espera por um bebê de até um ano de idade para adotar. A exigência de pouca idade do futuro filho é um dos fatores que podem ampliar a demora e inchar a fila de pretendentes por uma criança.
- Queremos um filho para amar e formar uma família - conta Juliana, que não pode engravidar.
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