Fabrício Carpinejar
Um olhar diferenciado sobre costumes e peculiaridades gaúchos é a proposta da série Beleza Interior, que vai percorrer um destino diferente do Rio Grande do Sul todos os sábados de 2011. A cidade visitada na edição de hoje é São Lourenço do Sul, que mantém viva a tradição e a cultura da Pomerânia.
Pomerânia não está pintada de azul no mapa mundi.
Era um país eslavo, na fronteira entre a Alemanha e a Polônia, reduzido a ducado no século 11, apequenado em província no século 18 e que deixou de existir de vez com o fim da II Guerra Mundial, em 1945 (85% do território foi incorporado pelos poloneses e 15% acabou sob domínio dos alemães). Mas seu idioma áspero ainda é falado no Rio Grande do Sul.
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Em São Lourenço do Sul, cidade de 43 mil habitantes, a 195 quilômetros da Capital, famílias mantêm viva a língua de uma região extinta. Para não sofrer boicote, as lojas são condicionadas a contratar funcionários que respeitem a tradição.
O agricultor Arno Bubolz, 76 anos, defende a bandeira com unhas, dentes e enxada. Bisneto de um dos primeiros imigrantes da Pomerânia a desembarcar no Rio Grande do Sul (Fritz desceu no Porto da Lagoa dos Patos, em 1868), não abre mão da origem. Conversa exclusivamente em pomerano com os parentes.
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