Uma gincana organizada pela prefeitura de Araricá, no Vale do Sinos, para incentivar a população a criar máscaras diferentes como proteção contra o coronavírus inspirou uma professora a criar um modelo especial para quem gosta de sorrir. Essa é a explicação da educadora Rosa Amara Pereira, de 50 anos, para a sua ideia: uma máscara de chochê com acetato.
Além do sorriso, ela tem outros motivos para ter criado essa novidade. Como atua na área da educação especial, pensou naqueles que precisam de leitura labial para se comunicar.
— Fui tirar uma foto de máscara e sorri. Aí percebi que não dava pra ver meu sorriso. E lembrei que quem se comunica usando a leitura labial também tem dificuldade. Então, resolvi criar um acessório que permite as duas coisas. Até porque, nesse momento, um sorriso faz toda a diferença — explica a professora.
As máscaras estão fazendo sucesso na cidade. Segunda a criadora, as mulheres estão felizes porque podem passar batom de novo. Diversas pessoas já estão pedindo o novo modelo. Tanto que Rosa criou a campanha Araricá Sorrindo. A ideia dela é fazer a distribuição do modelo pela cidade. A produção caseira já conta com 20 peças. Para confeccionar, Rosa explica que usa linha de número quatro e faz um ponto bem fechado. Depois, forra com TNT e costura com o acetato.
— Forro bem na costura para não ficar o furinho no acetato — explica a educadora.
A professora, agora, pretende usar o TNT como material principal no lugar da linha para agilizar a produção e conseguir fazer mais itens por dia.
Além das doações feitas para pessoas da comunidade, Rosa quer presentear as "colegas" da quimioterapia. A cada 21 dias, vai ao Hospital Fêmina, em Porto Alegre, fazer tratamento para aliviar as consequências de um câncer de mama com metástase no pulmão:
— Sou uma paciente paliativa. Segundo os médicos, não tenho cura, meu tratamento é para sempre. Mas continuo firme, mesmo nas "quimios vermelhas" não me afastei do serviço. Ajudar e manter a mente e o coração ocupados me dão força para continuar. Gosto muito das palavras que dizem que "fica sempre um pouco de perfume nas mãos de quem oferece rosas".