A Tramontina doou R$ 1 milhão para a Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. O recurso será utilizado na criação de novos leitos de UTI para o enfrentamento ao coronavírus no Pavilhão Pereira Filho, hospital especializado em doenças respiratórias e referência da Santa Casa para os pacientes de covid-19. Caso o cenário se agrave, também serão abertos leitos intensivos no Hospital São José, especializado em neurocirurgia e conexo ao prédio Pereira Filho.
Nos dois espaços, a Santa Casa prevê a criação de 80 leitos de UTI específicos para atendimento de pacientes de covid-19. São necessários R$ 16 milhões para a estruturação dos leitos, dos quais a Santa Casa já arrecadou R$ 5 milhões até o momento.
— Estamos com muita gratidão à Tramontina que, apesar da dificuldade que as empresas atravessam nesse momento, tem um olhar humano. Essa ajuda é um impulso enorme para a efetivação desses leitos — afirma o diretor-geral da Santa Casa, Julio Matos.
Com o valor doado pela Tramontina, será possível pagar quase cinco leitos de UTI — cada um é orçado em R$ 210 mil.
— Esse é um momento para as empresas se preocuparem primeiro com a vida, o bem-estar e a saúde das pessoas. Nossos gestos reforçam os valores da Tramontina em priorizar as pessoas, através da manutenção de empregos, educação, ambientes saudáveis nos locais de trabalho e também nas comunidades onde atuamos. Tudo isso porque nosso principal ativo são as pessoas, sejam elas colaboradores, fornecedores, clientes lojistas ou consumidores — afirma Clovis Tramontina, presidente da empresa.
Com sede em Carlos Barbosa, na Serra, a Tramontina possui hoje mais de 8,5 mil funcionários. Além da doação, a empresa vem atuando em outras frentes para apoiar as ações de combate ao coronavírus. Na Serra, em parceria com as prefeituras, já doou cestas básicas e, junto aos hospitais, utensílios e equipamentos de aço inox para cozinha, além de móveis de plástico.
Compras já estão sendo realizadas
O diretor da Santa Casa reforça que, embora os Hospitais de Clínicas e Conceição sejam as duas referências para atendimentos de coronavírus na Capital, se o quadro local se agravar, a exemplos do que aconteceu na Itália, Espanha e Estados Unidos, serão necessários mais leitos para atender o crescimento da demanda:
— A Santa Casa, pela sua grandiosidade e multiplicidade de relacionamento com a população gaúcha, não poderia deixar de ter um projeto assim.
Tanto o prédio do Pavilhão Pereira Filho quanto o do Hospital São José estão isolados dos demais prédios da Santa Casa. Em um mês, o Pavilhão Pereira Filho atendeu 110 pacientes com sintomas de covid-19. Nesta sexta-feira (24), havia seis internados com coronavírus, dos quais um na UTI. No local, foi estruturada uma área de urgência e emergência e espaço para triagem.
Todo o complexo de hospitais da Santa Casa conta com 160 leitos de UTI, dos quais em torno de 80% estão ocupados com doenças oncológicas, cardiológicas, transplantados e pediátricos.
— Embora tenhamos um grande parque de leitos intensivos, ocupados com outras doenças, a demanda de coronavírus é absolutamente distinta das demais — reforça o diretor.
Com os recursos disponíveis, a Santa Casa já está adquirindo cama, bombas de infusão, suporte de soro, monitores e cardioversores, além de equipamentos de proteção individuais (EPIs). Assim como outras instituições de saúde, a Santa Casa tem enfrentado dificuldades para importar equipamentos fundamentais para o funcionamento de UTIs.
— O mercado chinês está muito aquecido mas existem alternativas, como a Coréia do Sul, de onde estamos tentando importar ventiladores, que são imprescindíveis para UTI — diz Matos.
A luta da Santa Casa pelos novos leitos também conta com o apoio da dupla Gre-Nal, que lançou uma campanha com o objetivo de captar R$ 32,4 milhões para ajudar a instituição.