CEO do Hospital Moinhos de Vento, Mohamed Parrini celebra a novidade divulgada nesta sexta-feira (24): aliada aos grupos Gerdau, Ipiranga e Zaffari, a instituição irá construir uma estrutura hospitalar para atender pacientes da covid-19 no bairro Alto Petrópolis, zona leste da Capital. A notícia foi publicada na coluna da jornalista Kelly Matos.
Na avaliação de Parrini, a ação reforça o papel e a trajetória de responsabilidade social do Moinhos:
— Essa iniciativa amplia nossa parcela de colaboração a toda comunidade gaúcha. Em um momento que a população mais precisa, estendemos o compromisso de oferecer conhecimento técnico com a qualificada capacidade humana de nossos profissionais, que são referência no Brasil. É parte da nossa obrigação contribuir com a cidade e com a saúde das pessoas que vivem aqui. Está no DNA.
O empreendimento vinha sendo planejado há mais de um mês, em conversas entre as quatro instituições. Conta, ainda, com a parceria da prefeitura de Porto Alegre. A capital gaúcha concentra o maior número de casos de infecção por coronavírus no Estado. No novo local, o público será atendido exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A unidade terá 60 leitos construídos em área do Hospital Independência, na Avenida Antônio de Carvalho. As obras terão início ainda no mês de abril e a totalidade dos leitos será entregue até o final de maio.
O hospital contará com um investimento total de R$ 10,4 milhões para a construção. Gerdau e Ipiranga entram com R$ 4,2 milhões cada. Já o Grupo Zaffari com R$ 2 milhões.
Além do aporte financeiro, algumas empresas estão participando também em sua área de atuação, de forma colaborativa, o que dará ao projeto agilidade e eficiência. A Gerdau fornecerá a principal matéria-prima do empreendimento: 400 toneladas de aço e seu amplo conhecimento na montagem de estruturas metálicas. A Ipiranga está oferecendo recurso na gestão e coordenação do projeto. O Hospital Moinhos de Vento, por sua vez, além de disponibilizar seu conhecimento para a execução do projeto e para a gestão, compartilhando diretrizes, protocolos e práticas assistenciais, fornecerá os materiais, medicamentos e utilidades necessários para o custeio da operação.
— Tiraremos muitos aprendizados dessa situação. E um dos principais é a mudança de comportamento das instituições e empresas brasileiras. O nível de mobilização que tem ocorrido demonstra um amadurecimento do mundo corporativo — complementa Parrini.
Para o CEO da Gerdau, Gustavo Werneck, o momento é desafiador e requer agilidade e colaboração.
— A inovação, aliada à rapidez da construção, são essenciais para erguer o centro de tratamento, que salvará muitas vidas. As nossas estruturas de aço beneficiam o modelo construtivo por sua leveza, resistência e praticidade. Aqui reforçamos, mais uma vez, o nosso compromisso de gerar valor para a sociedade de maneira sustentável e, também, deixamos um legado à população do Rio Grande do Sul, berço da Gerdau e dos nossos valores — afirma.
A colaboração do setor privado durante a pandemia é defendida pelo CEO da Ipiranga, Marcelo Araujo.
— Entendemos que esse é um momento de união de toda a sociedade. Desde o início dessa pandemia, estamos aplicando todos os esforços ao nosso alcance para proteger a população, nossos colaboradores e apoiar toda nossa rede de mais de 7 mil postos em todo o Brasil, já que prestamos serviços essenciais e não podemos parar. Mas entendemos que é hora de ir além e apoiar a sociedade do Rio Grande do Sul, onde a Ipiranga nasceu e tem laços muito fortes. Assim, por meio dessa união entre empresas parceiras e o poder público, esperamos poder contribuir para superarmos juntos esse difícil momento.
Para o Grupo Zaffari, participar de um projeto "tão significativo é reiterar o seu compromisso com as comunidades onde atua, com as quais tem por princípio manter vínculos profundos".
Estrutura e equipe
Os leitos do hospital serão estruturados a partir da técnica de construção modular, criada pela construtech Brasil ao Cubo, que permite entregar obras em caráter definitivo e com velocidade quatro vezes maior do que uma construção comum. Essa técnica consiste no encaixe de módulos individuais, produzidos em fábrica e, então, montados no local, como peças de um jogo. A construção modular é uma técnica considerada revolucionária, pois aumenta a eficiência, rapidez, flexibilidade e sustentabilidade das edificações.
Aproximadamente 300 profissionais, entre médicos e equipe multidisciplinar, serão deslocados para a nova unidade, que oferecerá atendimento 24 horas. Posteriormente, a unidade de saúde será entregue para administração da prefeitura de Porto Alegre e passará a integrar a rede pública de saúde do município, tornando-se um legado para a capital e sua população.