Fazer parte da delegação brasileira na Gymnasíade despertou em mim um sentimento de nostalgia. Quando era estudante, participei de um mundial sub-18, e é muito gratificante ver a roda girando, testemunhando a renovação do esporte e conhecendo novos atletas que poderão se tornar olímpicos no futuro.
Durante minha estadia no Bahrein, revivi várias experiências, e uma delas foi conceder uma entrevista em inglês. Desde a faculdade, não tinha essa oportunidade, e as perguntas me fizeram relembrar meu tempo como estudante-atleta.
Minha primeira viagem internacional foi para uma competição escolar em Malta, aos 15 anos. Naquela época, eu havia voado apenas duas vezes.
Saí de Porto Alegre rumo ao Rio de Janeiro, onde embarquei em um voo de 15 horas para Dubai. Por ironia do destino, nessa viagem ao Bahrein, também peguei um voo de 15 horas até Dubai.
Isso me fez refletir sobre como a vida é cíclica: muitos atletas que competiram estavam viajando pela primeira vez para fora do Brasil, e logo na estreia enfrentaram um dos maiores voos possíveis. Fico me perguntando até onde eles chegarão.
De qualquer forma, minha primeira viagem internacional foi fundamental por dois motivos:
- A partir dessa experiência, percebi que o esporte poderia me levar a lugares inimagináveis;
- Foi por meio da troca cultural e da integração entre diferentes países que decidi cursar relações internacionais na faculdade.
Viver essas experiências na prática é transformador. Embora eu soubesse que o esporte poderia me proporcionar aventuras incríveis, foi preciso vivenciar tudo isso para realmente entender.
Como eu era um dos poucos que falava inglês na delegação, tive a oportunidade de interagir com atletas, voluntários, árbitros e dirigentes. Ao retornar ao Brasil, refleti sobre como essa vivência poderia se traduzir em uma carreira.
Agora, olhando para trás, é curioso perceber que uma simples viagem — a primeira de muitas que viriam — teve um impacto tão significativo em minha vida.
É isso que quero transmitir quando afirmo que o esporte transforma. Sem ele, seria impossível conquistar tudo que alcancei e trilhar os caminhos que percorri.
Nesta viagem, lidando diretamente com os melhores atletas do país, procurei compartilhar essa experiência e incentivá-los a continuar estudando e treinando para alcançar voos cada vez maiores.