Pouco mais de três anos separam o dia em que Daniel Cargnin subiu no pódio para receber a medalha de bronze em Tóquio e esta segunda-feira (29), quando ele entrará de novo em um dojô olímpico, dessa vez em Paris. Gaúcho e atleta da Sogipa, ele enfrentará o kosovar Akil Gjakova, contra quem tem o retrospecto de uma luta e uma derrota brasileira.
As competições começam a partir das 5h (horário de Brasília), na Arena do Campo de Martes, na capital francesa. O SporTV transmite a luta.
Além da bagagem adquirida nos últimos anos, Cargnin mudou também de categoria no último ciclo. O bronze no Japão foi conquistado na até 66kg (neste ano, Willian Lima conquistou a prata para o Brasil), mas o gaúcho subiu para a até 73kg.
Sexto colocado no ranking mundial, Daniel Cargnin está no rol dos candidatos ao pódio em Paris. Seus maiores adversários pela medalha são Hidayat Heydarov, do Azerbaijão, e Soichi Hashimoto, do Japão.
— Em Tóquio já foi um ciclo difícil. Depois eu subi de categoria. O sonho de todos os atletas é estar participando de uma Olimpíada. E como eu trouxe uma medalha (de bronze) na primeira, quem sabe agora mudar a cor dela. Um dia de cada vez, com sorriso no rosto. Mas quando entrar no tatame é fechar a cara e tentar fazer o melhor — disse em entrevista para Zero Hora na França ainda no período de preparação.
Os resultados contra os novos adversários até chegaram de forma rápida, mas o brasileiro viveu um período conturbado nos últimos anos, principalmente pelas lesões que sofreu.
Em abril do ano passado, uma hérnia discal com compressão das raízes nervosas o forçou a passar por uma cirurgia. O retorno ocorreu três meses depois, com o título do Campeonato Pan-Americano. No entanto, nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, ele sofreu uma nova lesão: uma entorse no tornozelo esquerdo durante a luta semifinal.
Ele foi avaliado pelo departamento médico da Confederação Brasileira de Judô (CBJ) e do COB e foi constatada uma fratura na fíbula, o que levou o judoca da Sogipa a se submeter a nova cirurgia. Agora, promete estar pronto para conquistar sua segunda medalha olímpica.
— (As lesões) Deram uma dificultada nesse último ano de ciclo. Mas não será a primeira vez que eu vou lutar com dor e não será a última. No Mundial, eu tinha uma dor no menisco. Mas quando eu quero muito uma coisa, eu esqueço a dor. E eu só vou voltar para casa depois que eu colocar uma coisa importante (medalha de ouro) na minha mala. E eu sinto que isso não acabou.
Em 2024, foram apenas três competições e 11 lutas. Ele caiu nas oitavas de final do Grand Prix da Áustria, foi prata no Campeonato Pan-Americano e terminou em quinto lugar no Campeonato Mundial, disputado em Abu Dhabi.