A cada salto na ginástica, a torcida prende a respiração. Ao término de quase duas horas de suspiros, aplausos e gritos de surpresa, as brasileiras precisaram controlar os nervos ainda por mais de 10 minutos para confirmarem uma medalha inédita na apresentação por equipes. Rebeca Andrade, Jade Barbosa, Júlia Soares, Lorrane Oliveira e Flávia Saraiva são medalha de bronze.
Toda a equipe foi às lágrimas após as apresentações de rivais que garantiram ao Brasil um lugar no pódio. O ouro ficou com os Estados Unidos, da impecável Simone Biles, e a prata com a Itália.
Quando a última rotação brasileira terminou, foi preciso esperar o final das outras equipes. O Brasil encerrou sua participação com 164.497. Após Rebeca finalizar a apresentação, com um 15.100, no salto, foram minutos de nervosismo esperando que as demais equipes terminassem as apresentações de Itália, no solo, e Grã-Bretanha, na trave.
A nota da italiana Angela Andreoli superou a somatória brasileira, mas a apresentação de Rebecca Downie, da Grã-Bretanha, não foi suficiente para tirar o pódio do Brasil.
Primeira rotação
A rotação começou no pior aparelho para as brasileiras e com um susto. Durante o aquecimento nas barras assimétricas, Flávia Saraiva caiu com o rosto no chão e cortou o supercílio direito. Além dela, Lorrane Oliveira e Rebeca Andrade competiram no equipamento.
O Brasil, que revezou aparelhos com a China, terminou a série com a quarta posição no geral, com 41,1 pontos. As americanas fecharam primeira parte da competição, seguidas da China e da Itália. A distância do pódio estava em 0,466.
Segunda rotação
"Soares", o movimento inicial de Júlia Soares na trave, deu partida para a segunda rotação brasileira. No exercício, ela entra de costas para a trave, dá meia volta e tem a posição final se segurando no equipamento. Durante a apresentação, a brasileira caiu. Mesmo azar teve a chinesa Yaqin Zhou, na apresentação seguinte. Flávia, com um grande desequilíbrio, e Rebeca, que quase caiu do aparelho, fecharam a participação do país.
O desempenho na trave rendeu somatório de 39,966. Assim como nas assimétricas, o Brasil ficou com uma nota total menor do que na classificação. A diferença para um lugar entre os três primeiros aumentou para 2,301 pontos. Mas os aparelhos de maior força para o país estavam por vir.
Terceira rotação
No solo, a equipe brasileira conseguiu melhorar sua somatória em comparação com a fase de classificação, fechando a rotação com 40,966 pontos.
Julia sacudiu a Arena Bercy com com a mistura entre Edith Piaf e Raça Negra. Flavia agitou as arquibancadas ao dançar o can can francês. Por fim, Rebeca brilhou ao som de Beyonce e funk.
Ao final da rotação, a diferença para a Grã-Bretanha, a terceira colocada, estava em pouco mais de dois pontos.
Quarta rotação
Para o Brasil virou uma espécie de mata-mata com as britânicas, mas com as brasileiras no salto sobre a mesa e as súditas do Rei Charles na trave.
Jade Barbosa abriu a rotação brasileiras com desequilíbrio ao tocar no chão. Desvantagem cresceu. Com menos erros, Flavia Saraiva manteve as esperanças brasileiras, deixando tudo nas mãos de Rebeca. O principal nome da ginástica brasileira fez a sua parte e somou pontos que garantiram o bronze.