O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou, nesta quarta-feira (26), que 203 comitês esportivos nacionais receberam os convites oficiais para os Jogos Olímpicos de Paris-2024. Como ainda não há definição sobre a participação de Rússia e Belarus, em razão da guerra na Ucrânia, as duas nações aliadas não foram convidadas, assim como a Guatemala, que vive um cenário diferente daquele protagonizado pelos outros dois excluídos.
A sanção ao país da América Central, imposta em outubro de 2022, é motivada por um conflito institucional, iniciado após o Tribunal Constitucional da Guatemala suspender parcialmente os estatutos do Comitê Olímpico Guatemalteco (COG). Por isso, o COI questiona a independência do órgão e exige "a condução livre de suas eleições de acordo com os próprios estatutos e com a Carta Olímpica", para readmitir a participação do país na Olimpíada.
O COG teve eleição no início deste ano e Geraldo Aguirre foi reconhecido como novo presidente pelo COI, mas o Tribunal Constitucional nacional nomeou Jorge Alexander Rodas como vencedor, após a decisão sobre os estatutos.
Desde então, a entidade vive uma situação de tensão. Presente em todos os Jogos Olímpicos desde 1968, a Guatemala tem uma única medalha, de prata, conquistada na marcha atlética por Érick Barrondo, em Londres-2012.
Apesar do atual impasse, ainda há chances de que o país participe dos jogos de Paris.
— Há eleições presidenciais, esperamos que as ações ligadas à campanha eleitoral acalmem as coisas e os atletas da Guatemala possam participar com sua bandeira e seu hino. Se não for resolvido, convidamos os atletas guatemaltecos a participarem sob a bandeira olímpica — afirmou Thomas Bach.
Já o caso da Rússia e de Belarus é um pouco mais delicado, pois está envolto em um contexto de forte pressão internacional. Os atletas desses dois países ainda não sabem se poderão competir em Paris, mesmo como neutros.
— Não tomamos uma decisão ainda — disse Bach.
Recentemente, o COI recomendou que entidades esportivas aceitassem russos e bielorussos em suas competições, de acordo com alguns critérios, como não exibir cores da bandeira nacional e não possuir vínculo com instituições militares. As mesmas condições podem ser estabelecidas para a liberação desses competidores nos Jogos Olímpicos.