Em uma final emocionante e equilibrada em Saitama, os Estados Unidos derrotaram a França por 87 a 82 neste sábado (7), conquistaram o ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio e mantiveram a hegemonia no basquete masculino nas Olimpíadas.
A seleção americana de basquete masculina faturou o ouro pela 16ª vez na história, sendo o quarto consecutivo e, de quebra, se vingou dos franceses, seus algozes na estreia em Tóquio e também nas quartas de final do Mundial de 2019, na China.
Com o quarto título olímpico seguido — a série vitoriosa começou depois do fracasso em Atenas 2004 — os Estados Unidos reforçam que não ganharam à toa o status de "Dream Team", expressão que surgiu em Barcelona 1992, com o time que tinha Michael Jordan, Magic Johnson e Larry Bird, quando profissionais passaram a ser aceitos nos Jogos.
Para chegar ao topo, os EUA conseguiram superar uma turbulenta preparação, que incluiu pedidos de dispensas de alguns dos principais astros, como LeBron James e Stephen Curry, além de desfalques por causa da covid-19 e jogadores se apresentando para jogar na véspera da estreia.
A França queria se tornar apenas o quinto país campeão olímpico. Além dos americanos, donos de 16 ouros, apenas União Soviética (Munique 1972 e Seul 1988), Iugoslávia (Moscou 1980) e Argentina (2004) subiram na posição mais alta do pódio. Os franceses não conseguiram o título, mas alcançaram seu melhor resultado ao levar a prata. O quarto lugar em Melbourne 1956 era, até este sábado, o maior feito da equipe em Jogos Olímpicos.
A França vendeu caro a derrota e fez uma ótima partida, tornando ainda mais expressiva a conquista dos Estados Unidos, que tiveram de jogar seu melhor basquete para superar a talentosa geração francesa, até então invicta em Tóquio e que contou com seis jogadores que atuam na NBA: Nicolas Batum, Evan Fournier, Rudy Gobert, Timothé Luwawu-Cabarrot, Frank Ntilikina e Vincent Poirier.
Mas os americanos tinham Kevin Durant, que faz parte da revolução no modo de jogar basquete que propôs a equipe multicampeã. O ala do Brooklyn Nets foi o grande nome do jogo e do título. Ele foi o cestinha da partida, com 29 pontos, e selou o triunfo no fim ao converter dois lances livres. Ele se tornou o segundo jogador com três ouros, junto a Carmelo Anthony. Outro destaque da partida, Jayson Tatum marcou 19 pontos e apanhou sete rebotes. Do lado francês, Evan Fournier foi o maior pontuador, com 16.
Os Estados Unidos não foram dominantes muito por conta do bom jogo dos franceses, mas tiveram paciência e competência para reagir após um início ruim, acertaram a pontaria da linha dos três e assumiram a liderança no placar. A seleção da América do Norte forçou erros do rival com a ideia de tomar a bola e pontuar no contra-ataque, chegou a abrir 13 pontos no segundo quarto, e, embora não tenha mantido a ótima vantagem depois que os europeus se reorganizaram, fez um jogo consistente em quadra e venceu os três primeiros quartos.
A França levou a melhor apenas no último e nervoso quarto ao forçar arremessos ruins dos EUA e apertar a marcação em Durant. O time europeu encostou no placar com uma bandeja e dois lances livres de De Colo, ficando a apenas três pontos de empatar restando 10,2 segundos para o fim da partida. Mas Durant converteu dois lances livres, e Batum desperdiçou uma bola de três, garantindo a vitória americana.