A brasileira Silvânia Costa de Oliveira se tornou, na noite desta quinta-feira (26), bicampeã paralímpica no salto em distância na classe T11 (cegos). Ela conquistou a primeira colocação nos Jogos de Tóquio no penúltimo salto ao atingir a marca de 5m, abaixo do recorde mundial que pertence a ela com a marca de 5m46cm.
A medalha de prata ficou com a uzbeque Asila Mirzayorova (4m91cm), e o bronze foi para a ucraniana Yuliia Pavlenko (4m86cm). A outra brasileira na disputa, Lorena Spoladore, terminou em quarto lugar (4m77cm).
— Não foi fácil. No final, precisou de garra e determinação. Antes de finalizar, já comecei a comemorar. Foram cinco meses muito doloridos, de suspensão. Essa medalha representa essa superação. O bicampeonato significa a volta por cima. Tive duas pausas no ciclo: o nascimento do meu filho e a suspensão. Nos últimos passos, ele contava "sete, oito e nove" para dar o salto. A voz do meu treinador transmitiu uma confiança, e consegui graças também a essa força dele.
Silvânia nasceu com a Doença de Stargardt, que tem como consequência a perda da visão gradual. Ela descobriu o esporte paralímpico quando tinha 18 anos, como meio de inserção social. Desde então, conquistou ouro no salto em distância no Rio de Janeiro, em 2016, além do ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto, em 2015, e no Mundial de Doha, no mesmo ano.