Promessa é dívida. Pelo menos para o esgrimista gaúcho Jovane Guissone, medalhista de prata na espada na esgrima em cadeira de rodas nas Paralimpíadas de Tóquio. Poucos meses antes de deixar o Brasil e rumar para o oriente, o paratleta foi pai de gêmeas. Atualmente, elas têm apenas três meses.
Quando saiu de Porto Alegre e começou sua peregrinação em busca de subir em um pódio paralímpico novamente, Jovane prometeu voltar para casa com uma medalha para suas duas filhas, Alice e Cecília.
Nesta quinta-feira (26), poucas horas antes de começar sua trajetória na competição, recebeu mais um pedido, dessa vez do filho Jovane Júnior. Aniversariante do dia, o primogênito pediu a medalha. Horas depois, a promessa foi cumprida. Guissone perdeu para o russo Alexander Kuzyokov por 15 a 8 na final, mas já havia garantido pelo menos a prata.
— Eu prometi que ia levar a medalha para as minhas filhas, sim. Assim como prometi pro meu filho nesta quinta. Eu cumpri, graças a Deus. Ainda não acabou, estamos no caminho. Tenho mais uma competição e a história ainda não terminou. Estou muito feliz, uma boa competição, bem forte. Acabei bem, fazendo uma boa prova. Levar essa medalha para o Brasil — confidenciou Guissone à reportagem de GZH.
O esgrimista ainda pode sair de Tóquio com mais uma medalha. Ele volta a atuar na sexta (27), a partir de 21h, para disputar a competição de sua segunda arma: o florete categoria B. Caso suba ao pódio, terá "entregado" uma para cada filho. Isso porque em Londres, em 2012, Guissone se tornou medalhista de ouro, a primeira medalha paralímpica da esgrima em cadeira de rodas do Brasil.
Com o resultado da manhã desta quinta, o gaúcho de 38 anos de Barros Cassal se consolida como um dos maiores nomes da modalidade no país.