Para o skatista Pedro Barros, a medalha de prata no peito é a menor das conquistas obtidas em Tóquio. Em entrevista a GZH, o catarinenese, de 26 anos, disse que o seu principal orgulho nos Jogos Olímpicos foi ter ajudado a transmitir para os brasileiros os valores do skate, esporte onde a amizade entre os competidores prevalece sobre o ambiente de competição.
— Aqui a gente tem muito amor e respeito. Essa medalha é só um símbolo. O skate é focado na união, no respeito e no amor. Não temos que ficar lutando um contra ouro, temos que nos unir e nos respeitar para fazer do Brasil um lugar melhor. O legado do skate é exatamente esse — disse o atleta, que competiu na categoria park masculina.
Após receber nota 86,14, Pedro Barros confirmou a prata, ficando quase 10 pontos atrás do australiano Keegan Palmer, que conquistou a medalha de ouro. O atleta preferiu não lamentar a ausência de mais um brasileiro no pódio, mesmo que o paulista Luiz Francisco tenha ficado a apenas um ponto do terceiro colocado, situação que causou polêmica nas redes sociais.
— O Luizinho fez aqui o que era para ele fazer. Ele deu show, andou bonito e com classe. Isso é maravilhoso. A gente está aqui muito mais interessado no legado e na história que estamos contando do que no pódio. Diante disso, a medalha acaba se tornando insignificante. Tenho certeza de que o Luizinho está voltando para casa feliz da vida, com um sorriso de orelha a orelha. Não tem medalha que pague esse sentimento — completou.
Por fim, em tom poético, Pedro Barros disse que o skate pode inspirar os brasileiros na luta pelos seus objetivos e na busca por uma sociedade melhor.
— A gente pode muita coisa. Todos nós que estamos vivos, cada um de maneira peculiar, somos mágicos e ao mesmo tempo temos defeitos. Mas, unidos, podemos superar esses defeitos. Estamos em uma espaçonave gigante, que é a Terra, e todos nós somos os comandantes desta espaçonave. Para navegarmos nela com equilíbrio e tranquilidade, precisamos da harmonia de todo mundo — finalizou.
Com a conquista de Pedro Barros no park masculino, o skate brasileiro finaliza a sua primeira participação olímpica com três medalhas de prata. Além do catarinense, subiram no pódio, na categoria street, o paulista Kelvin Hoefler e a maranhense Rayssa Leal.