Érica Sena chegou ao Japão como candidata ao pódio e ficou a 100 metros da medalha de bronze. Ela fez uma excelente prova na marcha feminina de 20km, que foi realizada em Sapporo por conta do forte calor de Tóquio. Punida com dois minutos, precisou ficar à margem da pista até passar o tempo da penalização e perdeu não só o terceiro lugar, como a possibilidade de ganhar a prata, já que estava superando a colombiana Sandra Arenas.
A cena me lembrou o Pan de Lima em 2019, quando acompanhei a prova e vi Érica liderar toda o percurso e ser punida no final, perdendo o ouro e ficando com o bronze.
Curiosamente, a colombiana Arenas foi a vencedora. À época, a pernambucana reclamou dos critérios da arbitragem que também lhe puniu com uma parada de dois minutos na reta decisiva da competição.
Pelo recorde
Antes da viagem para Tóquio, respondi inúmeras vezes à pergunta de quantas medalhas o Brasil atingiria. Sempre falei em 22, independentemente da cor. Até o momento são 20 (maior campanha olímpica da história do país), computando as duas finais no boxe, o futebol masculino que luta pelo bi e o vôlei feminino, que enfrentará os EUA na decisão. Mas Isaquias Queiroz e vôlei masculino poderão dar mais duas medalhas e chegar a esta marca que projetei.
Se esse número se confirmar, a delegação brasileira irá deixar Tóquio com seu recorde histórico de pódios e com 12 esportes medalhados, comprovando uma evolução dentro do cenário olímpico.
Jantar
A quinta-feira foi histórica para nossa delegação do Grupo RBS. Depois de 17 dias em solo japonês, superados os protocolos de quarentena obrigatória e mantidos os critérios sanitários que seguimos cumprindo, conseguimos nos unir para um jantar.
O cardápio não foi dos mais elaborados, mas a satisfação do grupo estar reunido e compartilhando experiências que vivenciamos no dia a dia de Tóquio serviu como um combustível nesta reta final de preparação.
Tandara
A notícia da suspensão preventiva de Tandara, horas antes da semifinal do vôlei feminino do Brasil contra a Coreia do Sul, caiu como uma bomba em Tóquio. A surpresa tomou conta de todos, e imediatamente houve o temor de uma punição para o time, algo que só ocorrerá se uma segunda atleta apresentar resultado positivo. Após algumas conversas com representantes do COB e CBV ouvi que, apesar da preocupação, havia a convicção de que isso não aconteceria.
Mesmo sem fazer uma grande competição, a oposta era das umas lideranças do grupo, que conta com oito estreantes em Olimpíadas. Além dela, que esteve em Londres 2012, ao lado de Fernanda Garay e Natália, apenas a ponteira Gabi, que disputou os Jogos do Rio 2016, tiveram a experiência olímpica.
Bach
A história fará um julgamento sobre os Jogos realizados em circunstâncias incomuns, disse o presidente do COI, Thomas Bach, em entrevista coletiva nesta sexta-feira. Na conversa com os jornalistas, o alemão disse:
— Nunca tive dúvidas sobre a preparação do Japão, do comitê organizador e do povo japonês.
Segundo ele, "Tóquio é a cidade olímpica mais bem preparada de todos os tempos. Isso provou ser verdade". Para o dirigente, a "eficiência" das medidas anti-covid-19 implementadas antes e durante os Jogos foram um sucesso — até o momento 382 pessoas testaram positivo desde 1º de julho, entre atletas, membros de delegação, oficiais, árbitros, pessoas contratadas para trabalhar no evento e imprensa.