O mesa-tenista Hugo Calderano, sétimo colocado no ranking mundial da modalidade, embarcará para Tóquio nos próximos dias confiante de que pode trazer para o Brasil a primeira medalha olímpica do país no tênis de mesa. Ouro no Pan de Lima, em 2019, o brasileiro vê entre 10 e 12 atletas na briga com com os chineses pelo pódio – a China é a grande potência do esporte, com 28 das 32 medalhas na história dos Jogos.
— Meu objetivo é ganhar uma medalha. Vários atletas estão brigando com eles (os chineses), e acho que, com a minha preparação, vou chegar bem nessa briga — afirmou em entrevista coletiva nesta terça-feira (6).
Calderano se disse recuperado da lesão sofrida no ombro que o fez voltar da Alemanha em maio deste ano. Avalia que o período de volta ao país o ajudou, especialmente na parte mental, já que estava na Europa desde 2020.
— Atrapalhou um pouco minha preparação, mas pude ver minha família que eu não via há um ano e meio. Então teve uma parte positiva para o psicológico. Já estou bem fisicamente, sem nenhuma dor, conseguindo treinar bom intensidade e qualidade — declarou.
O brasileiro falou sobre as diferenças de investimento na comparação com os países asiáticos, especialmente China e Japão.
— Muitas vezes (nas competições) eles têm mais técnicos do que atletas na delegação. Com sparring, fisioterapeuta, toda uma estrutura. E essa não é a realidade do Brasil, então isso enfatiza ainda mais nossa chegada entre os melhores do mundo — defendeu.
Cabeça de chave, Calderano não deve cruzar com nenhum chinês no torneio até as semifinais. Ele vê vantagens, mas defende que nos Jogos é importante entrar concentrado desde o primeiro saque, pois todo adversário pode ser perigoso. Para subir ao pódio, ele aposta em dois fatores: sua parte física e mental.
— Eles (chineses) são realmente superiores na parte técnica, isso não tenho dúvida. Minha técnica melhorou bastante, mas eles são superiores. É justamente pela parte mental que sinto que consigo competir. Se tivermos uma abordagem mais técnica, fica difícil, eles têm um conhecimento e uma tradição muito grande — afirmou. — Nunca pensei que os chineses são imbatíveis. Principalmente com meu estilo de jogo bem agressivo. Acho que no mundo não tem ninguém com o estilo como o meu, sempre bem agressivo. Fisicamente eu sou um dos mais fortes e mais rápidos do circuito — finalizou.