A eliminação de Maria Portela nas oitavas de final da categoria até 70 quilos do judô nas Olimpíadas de Tóquio causou revolta entre especialistas e ex-judocas que acompanharam a luta contra Medina Taimazova, representante russa.
A gaúcha foi eliminada após receber três shidôs — punição dada por falta de combatividade. A luta teve 14 minutos de duração, sendo 10 deles de golden score. No lance que definiu o resultado, Medina Taimazova levou um susto ao ver que não seria ela quem receberia a punição, mas sim sua adversária. A definição da arbitragem fez Portela se despedir dos Jogos Olímpicos.
— Eu treinei muito, me senti muito bem preparada. Eu ainda não acredito que isso aconteceu. Eu quase peguei ela algumas vezes, mas não deu, infelizmente — disse a atleta formada na Sogipa.
Ambas encerraram o tempo regulamentar com duas punições, com Portela tendo mais projeções e tentativas de golpes do que a russa. Além disso, um wazari não foi dado à brasileira. Alguns comentaristas e ex-atletas do judô se manifestaram a favor da representante do Brasil.
"Não darem o wazari para a Portela.. Para que serve o VAR? Francamente. Lamentável", escreveu o comentarista Flavio Canto.
Para GZH, o técnico da Sogipa, Kiko Pereira, responsável pela formação de diversos campeões do Judô, classificou a situação como "absurda":
— Nosso esporte foi prejudicado pelo maior erro de arbitragem da história.
Em seu Twitter, o bicampeão mundial João Derly demonstrou a mesma indignação.
"Nunca gostei de falar da arbitragem, mas meu Deus, o que foi essa luta? Wazari não marcado e uma punição muito injusta!", escreveu.
"Uma decisão que afasta o judô competitivo dos valores da moralidade. Ensino todos os dias para os meus alunos sobre ética e moral. O que falarei sobre uma decisão como essa? Lamentável, o judô perde", escreveu o judoca Tiago Camilo em suas redes sociais.
"A brasileira foi claramente prejudicada nessa luta. Tanto nesse golpe não pontuado quanto na decisão do golden score. Nessa última punição que ela tomou" explicou.