Se tudo der certo para Daniel Cargnin, o primeiro judoca da Sogipa a pisar no tatame em Tóquio, serão cinco lutas rumo a um sonhado pódio que nem mesmo o bicampeão mundial João Derly, uma de suas referências na modalidade, alcançou em Olimpíadas. Mas a missão do gaúcho de 23 anos promete ser bem complicada. No caminho até a medalha, poderá enfrentar logo nas quartas de final o atual número 1 do mundo na categoria meio-leve (até 66kg) e, se avançar às fases decisivas, provavelmente terá de superar adversários que nunca venceu em sua carreira.
Atual 13º do ranking internacional, Cargnin estreia por volta das 23h15min deste sábado (24) na Nippon Budakan, a mítica arena que sediou o torneio de judô dos Jogos de 1964. O primeiro adversário será o egípcio Mohamed Egyabdelmawgoud (19º do ranking), contra quem nunca lutou antes. Se avançar às oitavas de final, enfrentará o ganhador do combate entre Sardor Uzbnurillaev (10º), do Uzbequistão, ou Denis Mdavieru (15º), da Moldávia.
Caso vença outra vez, a expectativa é de reencontrar nas quartas de final o italiano Manuel Lombardo, líder do ranking e prata no Mundial deste ano, em Budapeste. Cargnin e Lombardo se enfrentaram uma única vez no circuito, em 2019, na final do Grand Slam de Brasília _ e o gaúcho levou a melhor. Se vencer esta etapa, Cargnin se classificará para a semifinal. Se perder, ainda terá a chance de brigar pelo bronze na repescagem _ as lutas decisivas têm início às 5h de domingo.
Independentemente se entrar na rota do pódio com vitória ou derrota nas quartas, Cargnin já sabe que terá de deixar o retrospecto negativo para trás. Isso porque os favoritos do outro lado da chave são o japonês Hifumi Abe, 5º do ranking e campeão mundial em 2017 e 2018, o sul-
coreano Baul An (3º), prata nos Jogos do Rio 2016, Vazha Margvelashvili (4º), da Geórgia, e Baskhuu Yondonperenlei (6º), da Mongólia (6º). Cargnin já enfrentou todos esses judocas pelo menos uma vez na carreira — contra o georgiano, por exemplo, foram três combates — e não obteve uma vitória sequer.
Mas quem disse que o caminho para o pódio olímpico é suave?