A caminhada do Brasil pelo ouro olímpico inédito no futebol feminino começou com o pé esquerdo. Foi com ele que Marta, aos oito minutos do primeiro tempo e aos 28 da etapa complementar, pavimentou os 5 a 0 da equipe de Pia Sundhage contra a China. Debinha fez outro aos 21 da etapa inicial, Andressa Alves, de pênalti, aos 36 do segundo tempo e Bia Zaneratto, aos 44.
Com o resultado conquistado em Miyagi, pela primeira rodada do grupo F das Olimpíadas, a seleção brasileira feminina conseguiu os primeiros três pontos e saiu na frente na sua chave. Agora, o Brasil volta a jogar no próximo sábado, às 8h (no horário de Brasília), contra a Holanda — vice-campeã mundial em 2019, quando foi derrotada pelos Estados Unidos.
A técnica Pia Sundhage mudou o time em relação aos últimos testes antes das Olimpíadas. A sueca começou a partida com a zagueira do Inter Bruna Benites na lateral direita, em detrimento de Poliana, e com a gaúcha Andressinha e com Duda, do São Paulo, no meio-campo.
Ainda que estivesse com visível o nervosismo de uma estreia, como é tradicional em eventos do porte dos Jogos, o Brasil conseguiu manter a solidez defensiva e com intensidade no início da partida, pressionando as chinesas no campo de defesa. Foi exatamente assim que chegou ao primeiro gol, logo aos oito minutos do primeiro tempo.
A China se complicou na saída de bola. Bia Zaneratto recuperou e cruzou na área, Debinha cabeceou a trave e Marta pegou a sobra para marcar o seu primeiro gol nas Olimpíadas de Tóquio.
A seleção brasileira feminina seguiu com velocidade nos ataques, principalmente através de Debinha. E foi dos pés da camisa 9 que o Brasil voltou a marcar. Bia Zaneratto bateu da entrada da área, a goleira deu rebote e a atacante do North Carolina Courage, dos Estados Unidos, fez o 2 a 0.
A equipe de Pia continuou melhor no primeiro tempo e teve mais duas boas oportunidades de ampliar no Japão. Andressinha arriscou de fora da área, e a bola passou por cima do gol da goleira Yu Zhu. Minutos depois, Erika pegou a sobra do escanteio, mas o chute passou ao lado da goleira. No final da etapa inicial, a China chegou pela primeira vez. Miao Siwen bateu forte da entrada da área, mas Bárbara fez a defesa no canto direito, espalmando para escanteio.
Os primeiros minutos do segundo tempo foram o inverso do que havia sido visto durante os 45 minutos iniciais. Com um Brasil dando espaço, as chinesas resolveram pressionar em busca do gol de desconto, o que obrigou Bárbara a fazer mais duas intervenções que impediram a China de se aproximarem no placar.
Vendo a situação brasileira na partida, a técnica sueca fez duas trocas na equipe. Primeiro, tirou a volante Duda para a entrada da atacante Andressa Alves. Depois, Formiga deu lugar a Júlia no meio de campo.
As mudanças tornaram a equipe mais ofensiva e, aos 28 minutos, o Brasil chegou ao terceiro gol na partida. Marta cruzou, a defesa afastou e a bola voltou para os pés da camisa 10 brasileira, que bateu de primeira para vencer a goleira Yu Zhu, marcando seu 12º gol em Olimpíadas, ficando a dois de Cristiane, maior artilheira da história dos Jogos.
Aos 36 minutos, Andressa Alves driblou a zagueira chinesa e foi derrubada dentro da área. A própria camisa 21 bateu o pênalti e fechou a goleada brasileira em 4 a 0. Ainda deu tempo de mais um, Debinha roubou a bola no campo de ataque e cruzou para Bia Zaneratto fazer o quinto da equipe brasileira.