Os primeiros atletas residentes no Brasil que representarão o país nos Jogos Olímpicos de Tóquio começaram a ser vacinados contra a covid-19 nesta sexta-feira (14), no Centro de Capacitação Física do Exército (CCFEx), na Urca, zona sul do Rio de Janeiro. A ação conjunta entre os Ministérios da Defesa, da Saúde e da Cidadania, com coordenação do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), permitirá a imunização de cerca de 1,8 mil profissionais que viajarão ao Japão, incluindo atletas e demais credenciados.
A vacinação do Time Brasil faz parte do Plano Nacional de Imunização (PNI) do governo federal e garante mais de 7 mil doses extras à população brasileira, imunizando 3,6 mil pessoas. Esta ação não terá custos para o país, graças à doação do Comitê Olímpico Internacional (COI) de vacinas das empresas farmacêuticas Sinovac e Pfizer.
—Estamos muito satisfeitos de poder ir aos Jogos imunizados e ainda oferecer estas doses adicionais aos brasileiros. Temos a responsabilidade de vacinar e proteger nossos atletas, aceitando esta doação do COI. Esperamos que todos possam se vacinar — disse o presidente do COB, Paulo Wanderley, que compareceu ao evento.
Além dele, participaram do início da vacinação, o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga; o Secretário Especial do Esporte do Ministério da Cidadania, Marcelo Magalhães; o Diretor do Departamento de Desporto Militar do Ministério da Defesa, Major-Brigadeiro Isaias Carvalho; e o Secretário Nacional de Esporte de Alto Rendimento, Bruno Souza. Queiroga, que é médico, foi o responsável por aplicar as primeiras vacinas nos atletas brasileiros.
— O Japão é um país muito desenvolvido, está estipulando protocolos seguros, e precisamos de alternativas para viver com segurança nesse ambiente pandêmico. Uma delas é a vacinação. Os Jogos Olímpicos serão diferentes do que foram no Brasil, e vamos aprender a conviver com as questões sanitárias de maneira segura— afirmou o ministro da Saúde.
Os primeiros atletas vacinados foram Ana Marcela Cunha, campeã mundial de maratonas aquáticas; Rosângela Santos, medalhista olímpica no atletismo; Larissa Oliveira, nadadora dez vezes medalhista em Jogos Pan-Americanos; Marcus D’Almeida, vice-campeão pan-americano no tiro com arco; e Michel Pessanha, remador paralímpico. Neste primeiro dia, serão aplicadas 281 vacinas, sendo 179 em São Paulo, 53 em Saquarema, no Rio de Janeiro e 49 na cidade do Rio de Janeiro. A vacinação facultativa prossegue neste sábado nos três locais.
— Se não existissem os atletas, essas vacinas talvez não chegassem ao Brasil. São milhões de pessoas querendo esta vacina, mas sinto que o esporte está fazendo a parte dele. A cada dose recebida por nós, outras duas serão doadas para o SUS, para a sociedade— disse Marcus D'Almeida.
— Poder tomar essa vacina traz muita segurança. Daqui três semanas, vamos tomar a segunda dose e, depois, chegaremos ao Japão sem maiores problemas. Estou muito feliz de representar a delegação brasileira, e agora é seguir rumo a Tóquio em busca das medalhas—complementou Ana Marcela.
A partir de segunda-feira, a ação se estende para Brasília, Fortaleza e Porto Alegre, chegando a Belo Horizonte na quarta, de acordo com a logística estabelecida pelo Ministério da Defesa. A segunda dose da vacina será aplicada entre os dias 7 a 11 de junho, a 25 dias do primeiro embarque para o Japão e a 43 da abertura dos Jogos Olímpicos. Por meio do acordo, serão beneficiados também os participantes dos Jogos Paraolímpicos de Tóquio, que ocorrem entre os dias 24 de agosto a 5 de setembro.
As vacinas serão repostas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), que ofereceu doses a todos os Comitês Olímpicos Nacionais, além de vacinas suficientes para imunizar mais cidadãos dos países beneficiados pela doação. A delegação foi incluída no PNI a partir de nota técnica do Ministério da Saúde, garantindo que não haja prejuízos para o cronograma da população geral.
No início de março, o presidente do COI, Thomas Bach, informou que a China havia oferecido vacinas a todos os atletas e oficiais participantes dos Jogos de Tóquio e também dos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022. Diversos países informaram a intenção ou já iniciaram a imunização suas delegações, dentro de seus programas nacionais de imunização, como Alemanha, Bélgica, Canadá, Espanha, Itália, México e Nova Zelândia.
O COI afirmou recentemente que acredita que a vacinação em massa de atletas, apesar de não ser uma exigência do Comitê Organizador Tóquio 2020, nem do próprio COI para a participação nos Jogos, será importante para criar um ambiente mais seguro em Tóquio.