De olho em uma vaga nos Jogos Olímpicos de Tóquio, a judoca Rochele Nunes fez uma grande mudança em sua carreira. Em agosto de 2019, ela trocou a Sogipa pelo Benfica, de Portugal, e já obteve importantes resultados.
— Tenho tido um ano muito bom. Cada vez mais próxima do meu objetivo, que é uma medalha nos Jogos. Estou adaptada aqui. Está correndo tudo bem — disse a atual número 13 do ranking mundial da categoria pesado (+78 kg) em entrevista ao programa Gaúcha 2020.
Desde sua chegada a Lisboa, a pelotense de 30 anos conquistou a medalha de prata do Aberto da Oceania, em Perth (Austrália), e três bronzes no Grand Prix de Tel Aviv (Israel) e nos Grand Slam de Brasília e Paris.
Com a pandemia do coronavírus e a Europa sendo o epicentro, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), Rochele relata como tem sido o seu dia a dia em terras portuguesas.
— Aqui em Portugal, eles têm tido medidas de prevenção muito boas. O clube (Benfica) está fechado. As clínicas estão fechadas, onde os atletas se tratavam. A Federação Portuguesa de Judô cancelou competições, viagens, treinamentos, assim como a Federação Internacional já havia feito. Estamos tomando as medidas que fomos aconselhados. Saio uma vez por dia para ir ao supermercado. A minha casa é bem arejada. Fiz adaptações e tenho treinado em casa. Tentamos nos proteger ao máximo — garante a atleta, que hoje compete pelo país europeu.
Porém, a judoca que foi campeã mundial militar de 2015, ainda pela seleção brasileira, acredita que é hora de ter tranquilidade para enfrentar o vírus:
— Não é momento de pânico. Tudo tem de ser controlado e consciente para dar certo. Lamento por quem já está contaminado, mas espero que seja resolvido. Não é brincadeira, tem de ficar resguardado em casa, evitar multidões.
Rochele Nunes acrescenta que um provável cancelamento ou até mesmo uma mudança de data dos Jogos de Tóquio deve ser encarado como uma possibilidade, mesmo que isso represente adiar sua estreia olímpica.
— Em primeiro lugar, a saúde e segurança de todos. É meu sonho disputar uma Olimpíada, mas prefiro que todos estejam bem, que seja uma disputa justa, até porque tem países fechados, atletas que sequer puderam competir e tentar se classificar — avalia.