Em comunicado feito na manhã desta terça-feira (1º), a Agência Anti-Doping dos Estados Unidos (Usada) anunciou a suspensão por quatro anos, por "incitação ao doping", do técnico de atletismo Alberto Salazar, 61 anos.
Um dos maiores nomes do esporte na década de 1980, Salazar foi tricampeão da maratona de Nova York, entre 1980 e 1982, ano em que ainda venceu a maratona de Boston. Como treinador, trabalhou com o britânico Mo Farah, bicampeão olímpico e tricampeão do mundial dos 5 e 10 mil metros, que integrou o projeto entre 2011 e 2017.
Segundo a Usada, Salazar foi suspenso "por organizar e instigar uma conduta de doping". O ex-maratonista foi acusado de ter traficado testosterona e injetado nos atletas o aminoácido L-carnitina acima das doses autorizadas pela Agência Mundial Anti-Doping (Wada). Ao lado do médico Jeffery Brown, ele era o responsável pelo projeto Oregon, um grupo de treinamento de alto nível financiado pela Nike e que tem obtido excelentes resultados em provas de fundo e meio fundo.
Após ser comunicado da suspensão, Alberto Salazar se disse surpreso.
— Estou chocado com a decisão. Durante os seis anos de investigação, eu e os meus atletas fomos vítimas de tratamento injusto e antiético por parte da Usada. Eu sempre garanti que o código da Wada seja rigorosamente seguido. O Projeto Oregon jamais permitirá doping. Apelarei e aguardarei com expectativa esse processo injusto e prolongado, que chegará à conclusão que sei ser verdadeira. Não vou comentar mais neste momento — afirmou em comunicado.
Em virtude da sanção imposta ao treinador, a Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF) retirou sua credencial válida para o Campeonato Mundial, que ocorre em Doha, no Catar, onde alguns de seus atletas participam, como a holandesa Sifan Hassan que já venceu os 10 mil metros e vai participar dos 1.500, e os norte-americanos Clayton Murphy e Donovan Brazier, finalistas dos 800 metros.