Jade Barbosa não tem mais chances de classificação para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Atleta mais experiente da seleção feminina que foi ao Mundial de ginástica artística, a carioca teve diagnosticada uma ruptura do ligamento cruzado anterior do joelho direito e terá de ser submetida a uma cirurgia. Ela se machucou ao competir no salto, primeiro aparelho da apresentação da equipe brasileira.
A lesão é a mesma sofrida em junho por Rebeca Andrade, colega de clube de Jade Barbosa. Na ocasião, o médico Rodrigo Sasson, do Comitê Olímpico do Brasil (COB), apontou um prazo de seis meses para ela volta a treinar, e oito para voltar a competir.
Este prazo inviabiliza o retorno de Jade à ginástica em tempo de participar do Campeonato Pan-Americano em maio do ano que vem, última possibilidade de classificação de uma atleta individualmente para a Olimpíada. O Pan distribuiu apenas vagas pelo individual geral, o que obrigaria a veterana a se apresentar nos quatro aparelhos.
Aos 28 anos, Jade já prolongou a carreira além do que o usual na ginástica de alto rendimento, superando uma trajetória no esporte marcada por lesões. Nos últimos anos, seu corpo a deixou na mão em momentos chaves: Jade foi cortada por lesão antes dos Mundiais de 2013 e 2014 e do Pan de 2019, saiu de cadeira de rodas da final olímpica de 2016, não participou do Mundial de 2017 porque estava lesionada, além de se machucar na primeira apresentação do Mundial Pré-Olímpico.
Sem poder contar com Jade, Rebeca e Carolyne Pedro, todas machucadas, e com Lorrane Oliveira competindo só nas assimétricas, também por causa de lesão, o Brasil foi só 14º colocado por equipes no Mundial e não conseguiu uma das 12 vagas olímpicas por equipes.
Finalista de dois aparelhos e no individual geral, Flávia Saraiva tem vaga nominal em Tóquio. Outras vagas podem ser buscadas pelo ranking da Copa do Mundo em cada um dos aparelhos e pelo Pan-Americano do ano que vem, quando a tendência é Rebeca Andrade estar de volta e conseguir sua vaga.