Vítima de uma doença degenerativa que causa fortes dores, visão reduzida a 20% e a paralisação dos membros inferiores, a belga Marieke Vervoort se despedirá das competições esportivas na Paraolimpíada. A atleta já tem nas mãos um documento que a autoriza a pedir a um médico que lhe aplique uma injeção letal quando desejar, como revelou reportagem do jornal El País.
Marieke sofre com dores excruciantes, que muitas vezes a impedem de dormir à noite. Ainda assim, encontra forças para treinar seis vezes por semana em busca de mais medalhas além do ouro e da prata que trouxe de Londres 2012. No Rio, ela competirá nas provas de 100m e 400m do atletismo, na classe T52. Para continuar a preparação, tem de fazer uso de morfina.
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A belga começou a sentir dores nos pés aos 14 anos. O problema se espalhou pelos membros inferiores e, aos 20, já dependia de uma cadeira de rodas. Diante do diagnóstico de uma doença degenerativa incurável, recorreu ao esporte. Praticou basquete e triatlo antes de se firmar no atletismo.
A Bélgica é o país com as leis mais permissivas relacionadas à eutanásia. Mesmo assim, para obter a a autorização, Marieke passou pela avaliação de um psiquiatra e de três médicos diferentes, que atestaram que as dores são tão intensas que ninguém consegue viver com elas.