A Seleção Brasileira foi derrotada pelo Paraguai por 1 a 0 nesta terça-feira (10), em Assunção, em jogo no qual criou poucas chances no Estádio Defensores del Chaco. No novo duelo com Gustavo Alfaro, o técnico Dorival Jr. mostrou que não conseguir evoluir a capacidade de construção ofensiva do Brasil desde a última Copa América, quando iniciou a campanha empatando sem gols com a Costa Rica, à época comandada pelo treinador argentino.
Brasil e Costa Rica se enfrentaram em 24 de junho, na estreia das duas seleções na Copa América disputada nos Estados Unidos. Na ocasião, Alfaro montou a equipe costarriquenha com uma postura bastante defensiva, que obrigou o Brasil a tentar construir contra um bloco baixo. O Desenho Tático de Zero Hora mostrou a dificuldade da Seleção para gerar um melhor jogo ofensivo.
Nesta terça-feira, mesmo jogando diante de sua torcida, Alfaro voltou a adotar uma postura defensiva, no que foi apenas seu segundo compromisso no comando do Paraguai. O Brasil teve a bola, mas pecou na forma de ocupar os espaços para gerar maior perigo ao goleiro Gatito Fernández.
Escalações
Dorival Jr. fez apenas uma mudança em relação ao time que havia iniciado na vitória sobre o Equador, em Curitiba. Endrick entrou no lugar de Luiz Henrique para ser o centroavante da equipe. Com isso, Rodrygo foi deslocado para a ponta direita.
No Paraguai, Alfaro não pôde contar com o zagueiro Gustavo Gómez, suspenso, e o volante Cubas, lesionado. O desfalque no meio-campo abriu espaço para o gremista Villasanti ser titular. Taticamente, o Paraguai esteve montado com duas linhas de quatro tendo o meia Enciso e o centroavante Pitta à frente delas.
Partindo de um 4-2-3-1, o Brasil tinha Danilo ficando junto com os zagueiros na saída de três tendo à frente deles a dupla de volantes. Pela direita, Rodrygo era o responsável por dar amplitude. Na esquerda, Arana subia e em alguns momentos dividia espaço com Vini Jr.
Como foi o posicionamento das equipes com o Brasil tendo a posse de bola:
Como havia acontecido na Copa América, o Brasil ocupou mal os espaços na entrelinha, o que deixou Endrick praticamente fora do jogo. O atacante do Real Madrid não conseguiu finalizar nenhuma vez durante todo o primeiro tempo.
Rodrygo fez movimentos de deixar o lado direito tentando se aproximar de Paquetá. O problema foi que o lado não era bem ocupado quando o camisa 10 centralizava. Isso porque Danilo não avançava por fora. Ficando atrás, o camisa 2 deixava de ser uma opção ofensiva e ficava apenas como mais um construtor por trás das linhas paraguaias.
O Paraguai pouco fez ofensivamente, mas conseguiu ter a efetividade. Em sua primeira chegada ao ataque, Diego Gómez apanhou o rebote e acertou um belo chute para vencer Alisson e fazer o 1 a 0, o que bastava para Alfaro concentrar sua estratégia defensiva para o segundo tempo.
Trocas
Dorival fez duas mudanças para o segundo tempo. João Pedro, de bom início de Premier League no Brighton, entrou no lugar de Endrick. Luiz Henrique foi outra troca na vaga de Bruno Guimarães. Com isso, Rodrygo virou o meia central e Lucas Paquetá passou a ser volante.
O Brasil melhorou um pouco sua ocupação ofensiva com Paquetá se aproximando de Rodrygo por dentro. Com Luiz Henrique aberto na direita, Danilo avançava por espaços centrais do campo ficando muitas vezes ao lado de André.
Apesar dos ajustes de Dorival, as melhores jogadas do Brasil passaram por ações individuais de Luiz Henrique e João Pedro. O atacante do Botafogo deu trabalho a Junior Alonso. Com a Seleção criando suas melhores jogadas pela direita, Vini Jr. ficou isolado. Isso porque o jogador do Real Madrid tinha a missão de dar amplitude na esquerda. Ou seja, ele seguia aberto na esquerda quando a jogada era gerada pela direita. Faltou a Dorival dar maior liberdade e permitir que Vini pudesse se aproximar de Luiz Henrique. Guilherme Arana poderia ser o jogador para dar a amplitude e dar a liberdade para Vini se aproximar do setor da bola.
O Brasil terminou o jogo com apenas nove finalizações, sendo que somente duas foram defendidas por Gatito. Foi uma baixa construção para um time que teve a bola por 71% do tempo. Passada a disputa da Copa América e duas rodadas das Eliminatórias, a Seleção Brasileira mostrou em Assunção que o trabalho de Dorival. Jr não apresenta evolução. Sem bom jogo coletivo, nomes que individualmente rendem em seus clubes, como Rodrygo, Paquetá e Vini Jr., seguem sem conseguir brilhar na Seleção.