Um dos casos mais emblemáticos de problema cardíaco no esporte ocorreu na NFL. Em janeiro de 2023, Damar Hamlin sofreu um choque no peito durante jogo do Buffalo Bills e teve uma parada cardíaca em campo. Ele foi socorrido imediatamente e levado ao hospital, conseguindo se recuperar do susto dias depois.
Com a recente tragédia envolvendo o jogador do Nacional-URU Juan Izquierdo, que morreu após sofrer uma arritmia cardíaca no duelo contra o São Paulo pela Libertadores, o assunto veio à tona pela questão de procedimento adotado no caso.
Em entrevista ao ge.globo, o médico da Conmebol André Pedrinelli, que estava trabalhando no jogo, falou sobre a situação, afirmando que o protocolo da entidade foi seguido de maneira correta. Mas ele trouxe a informação de que existe um profissional específico para casos cardíacos em partidas da Fifa e da NFL, enquanto a Conmebol não adota isso.
Ter esse médico e um plano de ação bem elaborado foi fundamental para Hamlim ter saído com vida do susto. A Liga tem exige um Plano de Ação de Emergência (EAP), que foi utilizado após o jogador desmaiar. A equipe médica o atendeu no campo e pareceu administrar oxigênio e realizar reanimação cardiorrespiratória por cerca de oito minutos.
Os médicos conseguiram recuperar os batimentos cardíacos de Hamlin no gramado antes de seu transporte para o hospital por ambulância. O EAP da NFL é utilizado em casos de trauma grave, e cabe aos profissionais médicos em campo ativá-lo.
Uma hora antes de cada jogo, os médicos da equipe e da Liga, bem como os profissionais terceirizados designados para o jogo, são obrigados a se reunir no campo para cobrir os procedimentos de saúde e segurança no jogo, incluindo o EAP.
Eles reiteram os locais dos equipamentos de emergência (como um desfibrilador) e as rotas de saída do estádio, caso um jogador precise de transporte. Durante essa reunião, eles também designam quem entre os médicos será o líder em caso de parada cardíaca, como foi o caso na situação de Hamlin.
Médicos especialistas dizem que uma resposta rápida é crucial. Quando o coração para de bater, o cérebro também para de receber oxigênio e danos significativos podem ocorrer após apenas 4 a 6 minutos. Dessa forma, ter um plano de ação bem organizado faz a diferença nos casos mais graves.