A triatleta Luisa Baptista, de 29 anos, voltou para a casa da família, em Araras, no interior de São Paulo, pela primeira vez desde seu acidente e foi recebida com festa. Parentes, amigos e moradores comemoraram o retorno dela na noite desta sexta-feira, após alta médica.
— Estou falando normal e já andando com a muleta. Eu sou muito grata a isso e é questão de tempo para que a vida volte ao normal e eu volte a praticar o esporte — declarou Luisa sobre sua reabilitação à EPTV, afiliada da TV Globo.
Luisa se recupera de um acidente ocorrido em dezembro de 2023, enquanto treinava em São Carlos (SP). Ela foi atropelada, ficou dois meses em coma e passou por uma série de cirurgias ao longo de quase 170 dias desde o ocorrido.
A atleta teve alta em abril deste ano, mas voltou a ser internada no fim de maio para uma cirurgia de prótese no quadril em um hospital na capital paulista, onde ficou até sexta-feira (7). Neste sábado (8), já em sua cidade natal, ela foi homenageada durante visita à Associação Atlética Ararense, na qual iniciou a carreira.
Campeã nos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019, no Peru, Luisa conquistou a medalha de ouro na prova individual feminina do triatlo e na disputa do revezamento misto, ao lado de Vittoria Lopes, Manoel Messias e Kauê Willy. Também foi a 32ª colocada nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.
SOBRE O ATROPELAMENTO
Luisa Baptista foi atropelada por uma moto no dia 23 de dezembro de 2023, durante um treinamento de ciclismo na Estrada Municipal Abel Terrugi (SCA-329), em São Carlos, município do interior de São Paulo. O impacto resultou em múltiplos ferimentos e fraturas graves - sobretudo na tíbia e no fêmur.
Após as cirurgias, ela enfrentou complicações na coagulação sanguínea e nos pulmões, passando por terapia de oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO). O procedimento funciona como um pulmão artificial, desviando o sangue do coração do paciente para oxigená-lo em uma membrana e depois reinserindo-o no corpo.
O motociclista Nayn José Sales também sofreu ferimentos de média complexidade. Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), ele não possuía habilitação e teve sua motocicleta apreendida. O caso é investigado pela Polícia Civil como lesão corporal culposa.