O técnico José Roberto Guimarães não cansa de dizer que para conquistar algo, é necessário atuar como time, com todas as jogadoras se ajudando. Na madrugada deste sábado (1), a seleção brasileira feminina de vôlei deu mais uma demonstração da força do seu grupo na Liga da Nações. Diante da poderosa Itália, uma das maiores equipes da atualidade, vitória em cinco sets, parciais de 26/24, 25/27, 18/25, 25/19 e 15/10, após 1h55min de jogo, para chegar ao sétimo triunfo seguido.
A invicta seleção brasileira frustrou os 29 pontos da oposta Paola Enogu mostrando consistência em todos os setores e mais uma vez provou que tem um time para brigar por igual com qualquer rival nos Jogos de Paris-2024, no qual tentará voltar ao topo do pódio após a prata em Tóquio.
Com 22 acertos (18 no ataque, 3 no bloqueio e 1 no saque), a ponteira Ana Cristina foi a maior pontuadora brasileira, seguida pela oposta Rosamaria, que anotou outros 19 e foi uma das responsáveis pelo crescimento após o quarto set. Destaque, ainda, para os seis pontos de bloqueio da central Carol, que fez outros cinco em contragolpes. A ponta Gabi marcou 13 vezes.
— Mais um clássico, virada linda do nosso time (fez 1 a 0, depois caiu para 2 a 1 e buscou os 3 a 2) e mostrou mais uma vez o quanto o grupo é importante, como estamos jogando como equipe — frisou Rosamaria, celebrando o rodízio que Zé Roberto faz para deixar todas em condições ideais de atuar em grande estilo.
— Foi muito difícil, definido nos detalhes. A gente sabia que seria difícil jogar contra a equipe delas, que está completa, bem, em ritmo bom, então é uma vitória muito significativa em nossa crescente. Acho que ainda podemos melhorar muito, mas saímos muito feliz de como a equipe se comportou nos momentos mais simples e nos mais difíceis. A gente não parou de brigar em nenhum momento e tem de seguir assim em todos os jogos — completou a vice-campeã olímpica em Tóquio.
Jogo de viradas e com brilho de Ana Cristina
A seleção começou em alta sintonia, abriu sete pontos de dianteira e , mesmo com a Itália reagindo, fechou a primeira parcial com 26 a 24 após sete pontos de Ana Cristina. O Brasil chegou a abrir boa vantagem no segundo set, quando fez 16 a 12, mas as italianas reagiram com cinco pontos seguidos, assumiram a dianteira e, em bloqueio sobre Rosamaria (anotou nove vezes na parcial zerada por Ana Cristina), igualaram o marcador com 27 a 25.
Em raro momento de instabilidade na partida, veio a virada. Em sua pior parcial disparada no clássico e com bola pelo meio das italianas, o Brasil ficou em desvantagem após 25 a 18. A reação veio nas parciais seguintes. Com Ana Cristina virando novamente todas as bolas (9), o empate por 25 a 19.
Em grande partida, Ana Cristina foi a responsável pelo ponto decisivo no tie-break. Thaisa sacou o flutuante, as italianas não conseguiram atacar e, no contragolpe, a jovem de 19 anos soltou o braço para a sétima festa verde e amarela seguidas na Liga das Nações com 15 a 10. Na madrugada deste domingo, às 5 horas (de Brasília), a equipe se despede de Macau contra a Tailândia.
— Falei que seria muito complicado, contra Itália é sempre muito difícil, mas valeu a força do grupo, a energia. A gente vai até o final, luta, acredita e conseguimos a vitória — exaltou a levantadora Macris, que foi titular nos dois últimos sets.
Na classificação, o Brasil segue em segundo lugar. A líder é a Polônia, grande surpresa deste ciclo olímpico. A equipe treinada pelo italiano Stefano Lavarini, ex-Minas Tênis Clube (MG) garantiu a vaga para Paris e até o momento venceu sete jogos e perdeu apenas um set na Liga das Nações. Neste sábado, as polonesas voltam à quadra às 18h30, para enfrentar os Estados Unidos, em Arlington, no Texas.