Brasil e China seguem a disputa pela liderança do Campeonato Mundial de Atletismo paralímpico, que ocorre em Kobe, no Japão. As duas delegações estão separadas por apenas uma medalha de ouro no quadro geral, com os asiáticos somando 13 contra 12 ouros dos sul-americanos.
Nesta segunda-feira (20), quarto dia de competições, a equipe brasileira repetiu o desempenho do primeiro e ganhou quatro ouros, além de uma prata e um bronze. No geral, são 12 ouros, cinco pratas e três bronzes.
Claudiney Batista conquistou o tricampeonato no lançamento de disco pela classe F56 (que competem sentados). Com a marca de 45m14cm, sua melhor na temporada e também o recorde da competição, o mineiro de 45 anos garantiu a sétima medalha de sua carreira em mundiais. O indiano Yogesh Kathunyia ficou com a prata, com 41m80cm, e o eslovaco Dusan Laczko levou o bronze, com 39m82cm.
— Cheguei muito bem aqui em Kobe. Treinei bastante para este momento. Fiz uma marca que pude superar o indiano, que era o principal concorrente na prova. Tive alguns lançamentos que foram invalidados pela arbitragem, o que me deixou um pouco tenso. Mas deu tudo certo, estou muito feliz por esse tricampeonato — festejou Claudiney que também é bicampeão paralímpico (2016-2020) da prova.
Júlio Agripino venceu os 1.500m T11 (deficiência visual) e garantiu sua segunda medalha neste MundialO potiguar de 33 anos completou a distância em 4min02seg23 e repetiu o título de 2019 em Doha.
— Foi uma prova emocionante. Também quase caí na pista durante a disputa, com muito atleta próximo um do outro, o que mostrou que o nível está muito alto [neste Mundial]. Mas conseguimos mais esse pódio para o Brasil— afirmou Júlio, que foi diagnosticado ainda na infância com ceratocone, doença degenerativa na córnea.
Outro brasileiro na prova, o sul-mato-grossense Yetsin Jacques, que havia conquistado o ouro nos 5.000m, acabou sofrendo uma queda a 250 metros da linha de chegada quando ocupava a penúltima colocação. Foi desclassificado mesmo chegando na última posição porque o atleta e o atleta-guia soltaram a guia (corda) no momento do acidente.
Aos 59 anos, Beth Gomes voltou a brilhar em mundiais ao conquistar duas medalhas, uma de ouro e outra de prata. Atual campeã paralímpica do lançamento de disco da classe F53 (atletas que competem sentados) ela sagrou-se campeã mundial com 17m22cm, novo recorde do campeonato.
Horas antes, Beth havia faturado a prata no arremesso de peso, em prova agrupada das classes F53/F54. Sua marca foi de 7m53cm contra 8m04cm da mexicana Gloria Guadarrama, que ficou com o ouro. O bronze foi ganho pela uzbeque Nurkhon Kurbanova, que conseguiu atingir 7m48cm.
— Esse título significa muito, minha resiliência e minha vontade de viver. Toda vez que acordo, eu sei que a esclerose múltipla não me venceu. Então, é uma realização esse tricampeonato. Estou muito feliz e gostaria de agradecer a todos que me apoiam— avaliou ue Beth, que também é a atual recordista mundial.
Outra medalha de ouro veio através da maranhense Rayane Soares, que completou a prova dos 200m T13 com seu melhor tempo da temporada nos 200m T13 (deficiência visual), Com 24seg89, ela deixou para trás a norte-americana Erin Kerkhoff (25seg58) e a japonesa Mana Sasaki, que fez 26seg87 para garantir o bronze.
Verônica Hipólito ficou com a medalha de bronze nos 100m da classe T36 (paralisados cerebrais). Com 14seg35, ela chegou 0seg13 depois da australiana Danielle Aitichison, que garantiu a prata. O ouro teve chinesa Shi Yiting, como campeã após registrar um novo recorde mundial (13seg35).