A morte do Rei de Futebol completa um ano nesta sexta-feira (29) e o cemitério onde está o corpo de Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, vem sendo visitado por diversos estrangeiros. Dos 7 mil visitantes que foram ao local desde maio, quando o espaço foi aberto para o público, parte importante é de turistas que não são brasileiros, de acordo com matéria de Ricardo Magatti, do Estadão.
Há sete meses, alemães, brasileiros e pessoas de várias nacionalidades visitam o Memorial Necrópole Ecumênica, cemitério situado a 900 metros da Vila Belmiro, em Santos. Todos querem ver o jazigo dourado no qual foi sepultado o maior atleta de todos os tempos. Virou um local no roteiro de quem passa por Santos, mais até do que a Vila Belmiro, onde Pelé jogou a maior parte de sua vida.
O túmulo é personalizado, construído há cinco anos, com uma foto de Pelé em alto-relevo, e permanece em uma sala de 200 metros quadrados no primeiro andar do edifício, homologado pelo Guinness Book, o livro dos recordes, como o cemitério mais alto do planeta.
O local está aberto diariamente, das 9h às 12h e das 14h às 18h, sem tempo de permanência estipulado. Nos últimos meses, não era necessário realizar um cadastro prévio no site do Memorial para a visita. No entanto, em dezembro, com o aumento do número de visitantes em razão das férias e do aniversário de um ano da morte do Rei, essa exigência passou a valer.
Na entrada da sala, existem duas estátuas douradas em tamanho real de Pelé feitas de latão. O teto do local onde ele descansa exibe uma reprodução de pintura de céu. As paredes são decoradas com imagens históricas do atleta e o piso, revestido de grama sintética. O túmulo é revestido também por placas de alumínio dourado e possui quatro painéis: dois retratam os gols de Pelé e os outros dois, a comemoração com o tradicional soco no ar.
Nos quatro cantos do túmulo, há cantoneiras em formatos da Taça Jules Rimet, uma camisa da Seleção Brasileira e outra do Santos, ambas usadas pelo jogador. Na parte externa do cemitério está exposta a Mercedes Benz S-280 que Pelé ganhou da montadora em 1974 por ocasião do milésimo gol, marcado em 1969 contra o Vasco, no Maracanã. A manutenção do carro, o único a não sair um dia sequer do cemitério, gira em torno de R$ 5 mil por mês.
Pelé escolheu ser sepultado no Memorial porque era amigo do dono do espaço, o empresário argentino Pepe Altstut, que morreu em 2021. Além disso, porque entendia que o local não se parecia com um cemitério, já que transmitia “paz espiritual e tranquilidade”. O Rei do Futebol nunca gostou de velórios e enterros.