O Brasil fez história no último campeonato mundial de Defense of the Ancients 2 (Dota 2), jogo eletrônico desenvolvido pela Valve. A Vivo Keyd Stars, organização brasileira de eSports, foi a primeira equipe do país a chegar aos playoffs do The International, disputado em outubro, em Seattle, nos Estados Unidos.
Com a boa participação brasileira na competição, o jogo de Multiplayer Online Battle Arena (MOBA) voltou a receber o destaque que merece no cenário brasileiro. Mesmo assim, são poucas as organizações do Brasil que apostam na modalidade. Pela estrutura e tradição, atualmente, a Vivo Keyd Stars é a principal equipe brasileira. Não à toa, esteve no mundial.
Para repercutir a campanha no The International e para falar sobre o atual momento da cena de Dota 2 no Brasil, o podcast Geração Start conversou com Gustavo “FCR” Ribeiro, jogador da Vivo Keyd Stars.
Importância da campanha
Jogar o Mundial de Dota 2 por si só já é histórico. O campeonato é muito conhecido e é muito seleto na questão de quantidade de times que participam (20 equipes). Das 13 edições do The International que aconteceram, fomos recém a terceira equipe brasileira a participar (Pain Gaming e SG Esports foram as outras duas e ambas terminaram suas participações na última colocação) e conseguimos chegar nos playoffs pela primeira fez. Isso já é algo histórico para o Brasil.
Cenário Brasileiro e Sul-Americano
— No Brasil, temos dois ou três times fortes e poucos jogadores. Hoje em dia, o cenário de jogos mobiles está muito grande então são poucos jogadores novos em games de computador. Além disso, o Dota 2 é um jogo antigo (lançado em 2013). Já na América do Sul, o cenário é mais forte. Hoje a principal força no continente é o Peru. Eles têm muitos jogadores bons e sangue novo para jogar. Sempre nos consideraram a região mais fraca, mas ao meu ver estamos em uma caminha de crescimento.
Falta de investimento
— Falando especificamente do Dota 2, estamos tendo pouco investimento aqui no Brasil. A Vivo Keyd Stars é a única grande equipe investindo no jogo. Realmente é pouca procura e pouco investimento. Eu gosto muito do que a Keyd está fazendo, estão trabalhando bem o marketing e apresentando o Dota 2 para mais pessoas e a nossa campanha também está ajudando. Se mantivermos isso, acredito que o Dota pode se recuperar aqui no Brasil.
Rivalidade com League of Legends
— Eu, particularmente, não acompanho e não conheço muito o cenário. Porém, é nítida a diferença de tamanho entre um e outro. Se eu vou no meu dentista e falo que jogo Dota 2, ele me comenta que é o jogo que parece o LoL. Acho que impacta muito o fato de o League of Legends ser mais acessível que o Dota 2. E isso, acaba dando o efeito de bola de neve, quanto mais gente joga o jogo mais pessoas vão falar sobre e consumir informações.