As primeiras disputas de medalha deste domingo (22), nos Jogos Pan-Americanos de Santiago aconteceram na maratona, que teve as provas masculina e feminina sendo realizadas. Com a temperatura na casa dos 11ºC na hora da largada, no Parque O'Higgins, quatro brasileiros encararam os 42.195 metros.
Entre os homens, Johnatas de Oliveira Cruz e Paulo Roberto de Almeida Paula se mantiveram sempre no principal pelotão até a metade de prova. Depois, perderam um pouco de contato para os peruano Cristhian Pacheco, ouro em Lima-2019 e que buscava o bicampeonato, e o chileno Hugo Catrileo, que corria sob os incentivos do ótimo público que compareceu para prestigiar os atletas.
No final, o peruano Pacheco levou o ouro em 2h11min14s e se tornou, ao lado do brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima (1999/2003), os únicos bicampeões da história da maratona nos Jogos Pan-Americanos.
— Esta vitória é muito importante pra mim, porque duas semanas atrás estava lesionado e não tinha planejado vir aos Jogos Pan-Americanos. Fizemos o melhor e consegui o ouro. Foi duro, estava um pouco frio, porém estou feliz porque repeti o ouro de Lima — disse o atleta de 30 anos, nascido em Huancayo.
A medalha de prata ficou com o chileno Catrileo, que chegou 53 segundos depois. Outro peruano, Luis Fernando Ostos (2h12min34s) ficou com o bronze.
Entre os brasileiros, Johnatas de Oliveira Cruz finalizou em quinto, com 2h14min51s. Paulo Roberto de Paula fez 2h15min20s e acabou na sexta colocação. Este foi o terceiro Pan seguido sem brasileiros no pódio da maratona.
— Graças a Deus consegui terminar. Viemos de um ano muito cheio de competições. Depois do sétimo quilômetro começaram a puxar e ficou bem difícil. Mas é uma satisfação enorme estar aqui, a segunda maior competição do mundo. Tenho apenas quatro anos de atletismo — disse o mineiro Johnatas, que era gari e hoje é o atual campeão sul-americano de meia maratona.
Mexicana supera argentina e é ouro com recorde pan-americano
Na disputa feminina a mexicana Citlali Cristian venceu um duelo com a argentina Florencia Borelli, que liderou boa parte da prova. Com 2h27min12, ela quebrou o recorde pan-americano da peruana Gladys Tejeda em mais de três minutos e fechou com vantagem 17 segundos para a atleta da Argentina, que levou a prata.
Em busca do bi, Tejeda até baixou sua marca de Lima, mas as 2h30min39s foram insuficientes para brigar pelo título.
As brasileiras ficaram distantes da disputa por medalhas. Entre 12 participantes, Valdilene dos Santos Silva terminou no oitavo lugar, com 2h38min40s, seguida de Andreia Hessel, nona, com 2h39min53s.