Prestes a completar seu terceiro jogo no comando da Seleção Brasileira, Fernando Diniz promove, em nomes, uma reformulação tímida. Dos 32 jogadores chamados em duas convocações, 22 tiveram oportunidade com Tite. Todos os titulares que enfrentarão a Venezuela, às 21h30min, fizeram parte do ciclo passado. Na calorenta Cuiabá, a terceira rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo não terá novidades nominais, mas dará prosseguimento à plástica que o treinador realiza no futebol da equipe.
A transformação estética começou com estrondo. Mesmo que tenha sido a Bolívia, o 5 a 1 da estreia encheu o ânimo. Na sequência, vitória suada de 1 a 0 sobre o Peru. Únicos sul-americanos a nunca terem disputado um Mundial, os venezuelanos devem dar chance a um novo placar elástico.
A principal novidade na equipe será Vinícius Junior. O atacante do Real Madrid foi cortado por lesão na primeira lista de Diniz. Ele se recuperou e iniciou sua temporada. Em sete jogos são três gols e uma assistência. E formará o ataque junto a Rodrygo, Neymar e Richarlison.
Além de dar uma nova cara ao futebol da Seleção, outra troca significativa ocorreu no gol. A maior habilidade com os pés rendeu a Ederson o primeiro nome no time do treinador, deixando Alisson, titular nas últimas duas Copas no banco. Apesar de ir para o terceiro jogo como titular, o goleiro do Manchester City negou que tenha vencido a disputa.
— Na Seleção, não tem vaga cativa. A decisão é do treinador e continuo trabalhando e me dedicando. Temos outros dois bons goleiros, que são o Alisson e o Perri. Isso é bom para a Seleção ter tantos goleiros em alto nível neste momento — explica Ederson.
Titular do Botafogo, Lucas Perri é um dos 10 novatos chamados por Diniz. A lista completa-se com zagueiro Nino, os laterais Caio Henrique, Carlos Augusto, Yan Couto e Vanderson, além do goleiro Bento e os meio-campistas André, Joelinton e Raphael Veiga.
Em uma eliminatória facilitada pelo o inchaço da zona de classificação, a disputa que dará seis vagas diretas e uma na repescagem para a Copa de 2026 virou formalidade para o Brasil.
Ainda mais que os indícios de que Diniz não seja efetivado após o seu ano de interinato voltaram a emergir. Nesta semana, o sinal extraoficial surgiu em situação inusitada. Durante homenagem concedida pela Universidade de Parma, na Itália, a Carlo Angelotti, o reitor da instituição falou um pouco mais do que o técnico do Real Madrid gostaria.
— Em 2024, Carlo Ancelotti tem uma aventura extraordinária que seria apenas um sonho para muitos treinadores: treinar o Brasil. É o primeiro estrangeiro dos últimos 60 anos que dirigirá a Seleção. O quarto em toda a história. A admiração que sentimos por ele é generalizada e vai além de qualquer lugar ou time. Será o último prêmio que Carlo entregará — disse Paolo Andrei durante seu discurso.
Esta será sempre a sombra que Diniz encarará a cada data Fifa. A Seleção voltará a jogar na terça, quando enfrenta o Uruguai.