Por aproximadamente oito horas, o Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) julgou nesta quinta-feira (28) o recurso de 12 atletas que haviam sido punidos por manipulação de resultados no futebol brasileiro na Operação Penalidade Máxima. Apesar de reduzir algumas penas impostas no dia 9 de agosto, o Tribunal foi ainda mais rigoroso em alguns casos.
Confira as punições
- Nino Paraíba - 720 dias e R$ 100 mil
- Bryan - 360 dias e R$ 50 mil
- Diego Porfírio - Eliminação e multa R$ 60 mil
- Igor Cairús - 360 dias e R$ 40 mil
- Alef Manga - 360 dias e R$ 50 mil
- Vitor Mendes - 720 dias e R$ 70 mil
- Sávio - 360 dias e R$ 30 mil
- Pedrinho - Absolvido
- Sidcley - Absolvido
- Tonny Anderson - R$ 40 mil
- Jesus Trindade - Absolvido
- Dadá Belmonte - 600 dias e R$ 70 mil
Diego Porfírio, ex-lateral-esquerdo do Ypiranga e que estava no Desportivo Aliança-AL, foi banido do futebol e multado em R$ 60 mil. Antes, o jogador havia sido punido por 360 dias e R$ 70 mil. Pedrinho, Sidcley e Jesus Trindade foram absolvidos, enquanto Tonny Anderson, ex-Grêmio, teve a multa de R$ 40 mil mantida — foi sugerida uma punição de 720 dias.
Réus confessos, Alef Manga e Nino Paraíba tiveram sentenças distintas. O lateral que estava no Paysandu viu a pena de 480 dias de suspensão aumentar para 720 dias e a multa de R$ 40 mil agora será de R$ 100 mil. No caso do atacante, ex-Coritiba, os 360 dias de pena foram mantidos, mas a multa que era de R$ 30 mil subiu para R$ 50 mil apesar da recomendação que fosse de R$ 100 mil.
Dadá Belmonte, do América-MG, teve a pena de 720 dias reduzida para 600 em adaptação do Pleno do STJD, com multa mantida de R$ 70 mil. Vitor Mendes, do Atlético-MG, também teve punição aumentada. Os 430 dias iniciais se transformaram em 720 dias, com a manutenção da multa de R$ 70 mil. Sávio continua fora dos gramados por 360 dias e com obrigação de pagar R$ 30 mil.
Igor Cairús, do Sport, viu sua sentença ser reduzida após troca de voto de última hora do auditor Ivo Amaral. Então punido por 540 dias, que seria mantida, acabou penalizado em "somente" 360 dias. Terá de pagar, ainda, R$ 40 mil - antes seriam R$ 50 mil. Por fim, Bryan, ex-Athletico-PR, teve os 360 dias mantidos, mas não será multado mais em R$ 30 mil, e sim R$ 50 mil.
Nino Paraíba se tornou réu confesso por aceitar dinheiro em troca de levar cartão amarelo em três jogos do Paysandu ao ir na CPI do futebol. Apesar de "colocar a cara a bater para todo país", palavras do auditor Paulo Feuz, o relator da sessão extraordinária aumentou a pena em 240 dias pela "falta de ética no esporte."
— Apesar do auxílio e confissão, a atitude não condiz com a ética do esporte. Ele deve ser sancionado. Conheço os recursos, mas peço para punição de 720 dias e multa de R$ 100 mil reais. Apesar de louvável, a atenuante será desconsiderada, pois aceitou benefício por três vezes — anunciou Paulo Feuz.
Os auditores Luis Felipe Boulos, Maurício Neves, Sergio Martinez, Adriene Hassen e o presidente José Perdiz votaram com o relator, confirmando a pena de 720 dias. Felipe Bevilacqua optou por 540 dias, enquanto Ivo Amaral manteve os 480.
Último a ser julgado, Thonny Anderson, atleta do ABC-RN, colocou os auditores para enorme debate. Antes punido apenas financeiramente em R$ 40 mil, acusado de ser um intermediador, o relator do STJD sugeriu aplicação de pena de 720 dias e R$ 70 mil de multa.
A defesa de Thonny Anderson havia dito que o jogador recebeu o dinheiro como "um patrocínio." Mas o jogador não conseguiu provar em mensagens nem documentos. Teria sido dinheiro pago para que fosse repassado a companheiros, um "ato infracional" que Paulo Feuz queria punição severa. Mas, por maioria, foi mantida a multa de R$ 40 mil.