A NBA reunirá todas as suas estrelas nos próximos três dias para o já tradicional All-Star Weekend, que será realizado em Salt Lake City, no estado de Utah, 30 anos após sediar o evento, em 1993. A série de atrações vai culminar com o Jogo das Estrelas, neste domingo (19), quando os capitães LeBron James e Giannis Antetokounmpo vão liderar suas equipes.
O evento tem a expectativa de girar mais de US$ 250 milhões (cerca de R$ 1,3 bilhão) para a economia local, segundo dados do próprio estado e do Utah Jazz, franquia da casa. Na última edição, a cidade de Cleveland, em Ohio, recebeu 121 mil fãs de 24 países diferentes e 45 estados dos EUA. A organização está confiante em bater esses números por boa margem, quase atingindo o número total de sua população -- no último levantamento bateu a marca de 200 mil pessoas.
— Receber um evento desta magnitude é importante para a cidade em todos os aspectos. Atrai turismo, publicidade, gera empregos e negócios — constata Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports, agência de marketing esportivo.
— O All-Star game é o ponto máximo da NBA enquanto entretenimento. O mundo do basquete, mídia e negócios do esporte se reúne em torno das lendas da modalidade, dos ídolos atuais e também das celebridades que, inclusive, se enfrentam em quadra. Também é a única chance garantida de ver os melhores da NBA de uma só vez, tanto para as marcas como para os mais diversos veículos de comunicação e, claro, para quem é o centro de tudo: o fã. Porque a NBA sabe que o fã é motor dessa engrenagem bilionária, que gira a cada clique e a cada compra que ele faz — analisa Armênio Neto, especialista em novos negócios do esporte, ex-gerente de marketing do Santos Futebol Clube.
A bola sobe já na sexta-feira, com um jogo de celebridades, que contará com músicos, atores e atrizes, além de Marcos Mion, personalidade da TV brasileira. Depois do esquenta, os novatos vão mostrar suas habilidades contra os jogadores de segundo ano na liga, em formato de semifinais e final.
O sábado é o dia mais aguardado por muitos fãs da bola laranja. Grandes jogadores se desafiam em disputa de três pontos, campeonato de enterradas e circuito de habilidades. Damian Lillard e Jayson Tatum estarão nos tiros de longa distância, Giannis Antetokounmpo participará da competição de fundamentos, ao lado de seus dois irmãos, Thanasis e Alex, enquanto o momento de grandes voos terá jovens atletas para este ano: Kenyon Martin Jr., Jericho Sims, Mac McClung e Trey Murphy.
— A NBA sabe que todos os holofotes do mundo do esporte estarão voltados para ela. Estrategicamente agenda o evento para depois do Superbowl e sabe que no final de semana a noite não terá concorrência do futebol espalhado pelos cantos do planeta. Então, ela maximiza o impacto e seus retornos e ainda fideliza o fã/consumidor, expondo sua história, homenageando ídolos e marcas, como a recente de LeBron James, que ultrapassou Kareem Abdul-Jabbar na lista de pontos. Com toda a certeza eles vão marcar este momento de alguma forma especial— antecipa Renê Salviano, CEO da Heatmap, especialista em marketing esportivo.
A NBA também utiliza o evento que marca o meio de sua temporada e aproveita a pausa no calendário para realizar ações sociais envolvendo seus jogadores, ídolos e voluntários. A liga divulgou que terá pouco mais de 500 integrantes para a distribuição de alimentos em comunidades ao longo deste final de semana. Além disso, o capitão vencedor do All-Star Game levará U$ 750 mil (aproximadamente R$ 4 milhões) para uma instituição de ajuda à comunidade de sua escolha.
O jogo no domingo vai ter transmissão para 214 países em 60 línguas diferentes. Os jogadores estrangeiros também estarão em número recorde nesta 72ª edição do All-Star Game. Ao todo, oito atletas foram chamados para os elencos que serão selecionados pelos capitães 30 minutos antes da partida, tudo com transmissão ao vivo. Cinco deles foram escolhidos em votação popular para iniciar como titulares. Além de Giannis, capitão, Luka Doncic, Joel Embiid, Nikola Jokic e Lauri Markkanen. No banco, mais alguns de fora dos EUA, como Domantas Sabonis, Pascal Siakam e Shai Gilgeous-Alexander. Kyrie Irving também pode ser incluído na relação, pois nasceu na Austrália.
— Em termos de inovação, organização e entretenimento, o All-Star Weekend da NBA é um dos melhores exemplos para servir como inspiração a outros eventos esportivos pelo mundo. Cada detalhe é cuidadosamente pensado para oferecer a melhor experiência possível ao público e aos atletas envolvidos. O evento serve como uma importante vitrine para o mundo conhecer os melhores jogadores da atualidade na NBA, além de conseguir ser atrativo para leigos e para aqueles que acompanham a liga com mais frequência. Por isso é um sucesso de marketing e de audiência— ressalta Fernando Patara, Head de Inovação e Cofundador do Arena Hub, principal centro de fomento à inovação em esporte, entretenimento e mídia na América Latina, que recentemente lançou o Movimento Inova Esporte.
A partida não é semelhante a uma regular de NBA. A equipe que chegar ao terceiro quarto vencendo, terá um alvo de 24 pontos a mais para fechar o jogo no último período. Por exemplo, se o time de Giannis estiver batendo o de LeBron por 100 a 99, o alvo para a vitória será 124 pontos para ambos. O número específico é em homenagem a Kobe Bryant, que vestiu a camisa 24 na segunda parte de sua carreira. O melhor jogador da noite também vai receber o troféu Kobe Bryant, em menção aos quatro MVPs que o ex-jogador dos Lakers faturou nos All-Stars de 2002, 2007, 2009 e 2011.
Post Malone e Jewel estarão entre os artistas que farão performances musicais antes e no intervalo. Os atores Vin Diesel, Michael B. Jordan e Ben Affleck farão participações especiais entre uma atração e outra.
Na última vez em que o evento foi organizado em Salt Lake City, em 1993, a honra de melhor atuação da noite foi dividida pela primeira vez entre dois companheiros, justamente ídolos do time local, o Utah Jazz: Karl Malone e John Stockton.