Fazer sucesso no mundo dos games é algo que muitas crianças, adolescentes e até adultos sonham. Desde o crescimento dos números de consumidores de conteúdo nas plataformas de streams e no YouTube, por conta da pandemia e do sucesso exponencial de pessoas como Alexandre "Gaules" Borba e Casimiro Miguel, o desejo de se tornar um criador de conteúdo, e de se dedicar profissionalmente a isso, é algo cada vez mais corriqueiro entre os brasileiros.
Entretanto, a caminhada para chegar a esse patamar é longa e muito complicada. São muitos fatores que influenciam para que o sucesso na internet aconteça, e seja possível se dedicar única e exclusivamente ao trabalho de gravar vídeos para o YouTube ou fazendo lives na internet.
O gaúcho Gu Jacobini é criador de conteúdo de games para todas plataformas possíveis na internet. Com foco voltado para Free Fire e Fortnite, atingiu marcas significativas e consolidou sua audiência de forma muito rápida.
Mesmo assim, aos 35 anos, o streamer decidiu dar uma parada na sua carreira por conta da falta de apoio e de patrocinadores. Em entrevista ao G-Start, o criador de conteúdo relembrou como começou a sua carreira dentro dos games e explicou os motivos que fizeram com que ele desse um "pause" nessa trajetória que dura dois anos.
— Eu comecei a jogar Free Fire com o meu filho. Eu trabalhava com metalúrgica e o pessoal começou a jogar e a falar de Cerol e Gaules. A partir daquilo, comecei a me inteirar sobre o assunto e percebi que era aquilo que eu queria fazer. Levar conteúdo para as pessoas — recordou o streamer, que completa explicando que cada passo dado foi estudado durante um ano de pesquisa e observação do mercado:
— Fiquei muito tempo avaliando e analisando as streams. Assisti muito os conteúdos e lives do Cerol (um dos principais criadores de conteúdo de Free Fire e que hoje é co-fundador do Fluxo, organização de eSports) e, quando ele não estava em live, eu assistia os streamers menores. E foi assim durante quase um ano. Aprendendo, perguntando, ajudando as pessoas e criando uma rede de contatos e audiência — explicou.
Gu Jacobini também recorda que, após a primeira live, tudo aconteceu muito rápido. O que começou como brincadeira, ou até mesmo como um trabalho complementar, logo se tornou prioridade.
— No dia primeiro de novembro de 2020, em abri uma live com o meu filho e meu sobrinho e o resultado foi bem legal. Nem me foquei em quantas pessoas estavam assistindo e só curti o que estava acontecendo. A partir daquele momento, as coisas foram acontecendo. Foi tudo muito rápido. Eu fui pegando o jeito e, como eu tinha aquela rede de contatos, muitos streamers me ajudavam enviando pessoas para a minha live — revelou.
Pausa na carreira
Com um início de carreira meteórico, logo o criador de conteúdo largou o seu emprego de carteira assinada para se dedicar somente nas lives. Enfrentando muito preconceito de pessoas ao seu redor, ele seguiu a carreira até o fim de 2022, quando decidiu parar com as lives por conta da falta de apoiadores.
— Eu estou em um momento de pausa na minha carreira. Há dois meses eu estou trabalhando como motorista de aplicativo, mas eu trato isso como férias. Infelizmente, aqui no Rio Grande do Sul, as coisas não acontecem da mesma forma que em São Paulo. E não é só nas lives, isso é para muitas carreiras profissionais — comentou.
Para trabalhar e se dedicar totalmente a criação de conteúdo, é necessário que empresas apoiem os projetos. Algo que, no Rio Grande do Sul, ainda não é uma realidade. Além disso, Gu Jacobini recorda que, da mesma forma em que atingiu o ápice rapidamente, a administração desse sucesso não teve a mesma velocidade. Com isso, muitos patrocínios de curto prazo foram perdidos e não houve reposição com outras empresas.
— Eu atingi muitos objetivos rápidos e tive muitos patrocínios por três meses, que eu não soube administrar e acabei acreditando que o 2022 seria gigantesco e bombástico, o que não aconteceu. Eu aprendi com isso tudo e agora estou em um momento de pausa na minha carreira. Mas estou pensando o 2023 para ser um ano de reencontro para mim — refletiu.
Reencontro em 2023
O criador de conteúdo conta que planeja retornar com as lives e seus projetos ainda nesse ano. O período de pausa, ou férias como ele mesmo adjetivou, será finalizado logo e, além dos conteúdos e lives diárias, o planejamento de Gu Jacobini também prevê colocar em prática muitos projetos que não foram realizados pela falta de apoio.
— Eu tenho um curso completo, já gravado, que vai ajudar muitas pessoas que sonham em ser streamers e criadores de conteúdo. Mas ele não foi ao ar porque eu não tive patrocínio. Assim como o projeto que eu tinha de levar o Free Fire para escolas públicas da minha cidade e não tive nenhum apoio. Se para Porto Alegre já é difícil conseguir parcerias, imagina aqui em Sapucaia do Sul — finalizou.
Aos 35 anos, Gu Jacobini tem mais de 200 mil inscritos em seu canal do YouTube, além dos mais de 740 mil seguidores no TikTok, plataforma onde ele também faz suas lives.