A partir do dia 14 de julho, o Brasil entra nos campos virtuais para buscar o título mundial. O FIFAE World Cup ocorre na Dinamarca e colocará frente a frente os 32 melhores jogadores de Fifa 22 (jogo de futebol desenvolvido pela EA Sports). Esse é o tema do quinto episódio do Geração Start, podcast de GZH sobre eSports.
O Brasil está representado por três atletas: Edson Pedro, da CM Esports, Paulo Neto, que defende o Atlanta United e Gabriel “Young” Freitas, da SPQR. A SPQR é uma organização gaúcha que vem se destacando no cenário de Fifa praticamente desde a sua fundação, em 2018. Hoje, quando o assunto é futebol eletrônico, a organização é considerada a maior da América Latina e está entre uma das 16 melhores do Mundo.
— Feliz pelo nosso trabalho. Dos três brasileiros que estão representando o Brasil no Mundial de Fifa, dois são ligados à gente (Young é atleta da organização e Paulo Neto é agenciado pela SPQR). O que dá a dimensão do que estamos fazendo nos últimos anos. Trabalhar com o que a gente ama e ser bem sucedido nesse trabalho é sempre motivo de muita felicidade — comentou o CEO e fundador da SPQR, Rodrigo Fioravante, ao G-Start.
Após mais de três anos tendo a base da organização em Porto Alegre, a SPQR agora se mudou para São Paulo. Segundo Fioravante, o movimento foi fundamental para que a equipe ganhasse projeção dentro do cenário de Fifa e também nos quesitos negócios e patrocínios.
— Morando em Porto Alegre, a gente fica muito afastado de onde tudo acontece. Aqui em São Paulo, a gente faz coisas em um dia, que demoraria demais para ser agilizado no Rio Grande do Sul. Estamos desenvolvendo a nossa Gaming Office (centro de treinamento) em um espaço de 1000m² que pertence a Uefa Champions League. O projeto é inédito. Não existe nada igual em qualquer lugar do mundo, e o primeiro será no Brasil. É uma satisfação e um orgulho, mas também uma grande responsabilidade também — explicou.
DESENVOLVIMENTO
O crescimento da SPQR é notado no Brasil e pela própria EA Sports. Além de ter colocado a organização gaúcha como uma das maiores do mundo, também disponibiliza dentro do FIFA o uniforme da SPQR. Algo que é um marco na vida de Fioravante.
— Eu tenho três grandes alegrias na minha vida: o nascimento da minha filha, o dia em que a EA colocou a SPQR como a melhor equipe da América Latina e uma das 16 do mundo e quando o uniforme da SPQR foi para dentro do Fifa. São momentos e alegrias que eu vou levar por toda a minha vida — confidenciou.
Em números, de acordo com Fioravante, ter o uniforme da SPQR disponível no Fifa representa ser visto em 920 mil partidas de Fifa do game por dia e ter um alcance de 86 milhões de pessoas pelo mundo inteiro.
Em 2023, o acordo com a EA Sports continua e o uniforme da equipe gaúcha continuará disponível para o usuário que quiser utilizá-lo no modo Ultimate Team. Além disso, o CEO da SPQR traça planos ambiciosos para as próximas duas temporadas, visando o crescimento e a expansão da marca.
— Focaremos em consolidar o nosso centro de treinamento e transformar isso num hub de eSports em São Paulo, mas voltado para o Brasil inteiro. Quando alguém vier para São Paulo e quiser consumir a cultura gamer, seja assistindo ou jogando, ele saberá onde procurar. Para o próximo ano, a ideia é ter uma dupla de FIFA disputando na América do Norte e uma na Europa. Esse processo deve ser concretizado até 2024, porque 2023 está muito em cima. E estamos tentando ir para novos jogos, nem que seja na academy (espécie de categoria de base, voltada para a formação de jogadores) em Counter-Strike: Global Offensive e League of Legends. Os eSports são o futuro — projetou.
A temporada de 2023 será marcante para o futebol virtual. Será a última vez que o cenário competitivo estará ligado diretamente à Fifa. A parceria entre a EA e a principal entidade do futebol será encerrada no dia 31 de julho de 2023. Por isso, Fioravante projeta também um crescimento exponencial do cenário competitivo de futebol virtual após o encerramento dessa união, que durou cerca de 30 anos.
— A Fifa sempre tentou segurar o esporte eletrônico, por medo de que ele passasse do tradicional. Isso foi algo que contribuiu para o encerramento da parceria entre a EA e a Fifa. Hoje, os esportes eletrônicos, no Brasil, só perdem para Flamengo e Corinthians, quando o assunto é acompanhamento. Nunca foi só um joguinho. Através dos eSports nós mudamos vidas. Antes, as crianças queriam ser jogadores de futebol famosos. Hoje, elas querem ser o Nobru (jogador de Free-Fire) ou o Fallen (jogador de CS:GO). Isso não pode ser desprezado — finalizou.