Desde o início da pandemia, o cenário dos Esportes Eletrônicos ficou ainda mais em evidência. É consenso dentro da comunidade de eSports, que em 2020, houve um salto significativo em audiência e investimento.
A partir disso, muita gente se interessou pelo negócio e aproveitou a paixão pelos games para empreender. Assim como no futebol, aqueles que entendem que passaram da época ou que não têm as habilidades para ser atleta profissional, buscam alternativas para se envolver com o esporte.
Foi assim que Anderson Zaniratti, junto de alguns amigos, fundou a Izanagi em 2020.
— A Izanagi surgiu de forma despretensiosa. Eu sempre tive o desejo de fazer algo relacionado com games. Então, como não tenho mais os reflexos tão apurados para ser jogador, eu resolvi montar um time e apostar na molecada — explicou Anderson, que completa:
— Quando começamos, já tínhamos diretor de arte, coach, psicólogo e manager, todos remunerados. Nosso primeiro time foi de League of Legends. Hoje, além do LoL, também estamos no CS:GO e no Free Fire.
Aliás, para ingressar no cenário do Free Fire, a Izanagi organizou uma seletiva aberta no Barra Shopping de Porto Alegre. Algo que possibilitou a todos que tivessem interesse, a oportunidade de participar do evento.
— Nosso projeto no Free Fire começou no início desse ano, quando fizemos uma seleção aberta, em parceira com a MK Academy, e de lá saiu o time que nos representa hoje. Como a LBFF (Liga Brasileira de Free Fire) só abre vagas em janeiro, nos estamos aproveitando esse ano para treinar e em janeiro de 2023 disputar o qualificatório para ingressar na LBFF — comentou.
A seletiva aberta não é a única ação feita pela organização. Desde a fundação da Izanagi, Anderson fez questão de criar um compromisso com causa sociais, algo que ele tem como costume na sua vida pessoal.
— Nós fizemos uma parceria com o Instituto Refloresta, para que em cada vitória da IZG, nós plantaríamos uma árvore. Já são 160 árvores plantadas. Além disso, parte das premiações são destinadas para a ONG Solidariedade. Eles levam roupa e comida para moradores de rua aqui de Porto Alegre — revelou.
Anderson também alerta para algo que vem afastando as organizações do Rio Grande do Sul: a falta de investimento. A SPQR, outra organização de eSports de Porto Alegre, foi para São Paulo em busca de investimentos e patrocínios.
Segundo o CEO da Izanagi, a ideia é permanecer na capital gaúcha para sempre. Entretanto, o investimento também precisa aparecer por aqui, já que o mercado gaúcho ainda é muito conservador.
— O mercado do Rio Grande do Sul é muito fechado. Não sei se pelo fato de não entenderem o que está acontecendo no mundo dos esportes eletrônicos. Em 2021, foram arrecadados 1 bilhão de dólares nos eSports. Querendo ou não, temos o que oferecer. Por isso, estamos com as portas abertas para que as empresas nos conheçam porque temos muita coisa pela frente ainda — finalizou.