Na última semana, o Fluxo anunciou a sua entrada no competitivo Counter-Strike: Global Offensive (CS:GO). A organização de Nobru e Cerol acertou com Adriano "Wood7" Cerato, João "Felps" Vasconcellos, Vinicius "VSM" Moreira, Lucas "Lucaozy"Neves, Lucas "Lux" Meneghini, com o técnico Willian "Xamp" Caldas, e já chega no cenário coberto de expectativas e disputando campeonatos.
O objetivo da organização é garantir presença nos principais campeonatos nesse segundo semestre e, evidentemente, ser uma das organizações brasileiras a disputar o Major no Rio de Janeiro, a partir do dia 31 de outubro. Para isso, precisará primeiro avançar no qualificatório aberto para o RMR, ainda sem data e local previstos.
O capitão da equipe é Adriano “Wood7” Cerato. O gaúcho de 27 anos deixou a Made in Brazil (MIBR) para iniciar um novo projeto e encontrou no Fluxo a sua casa.
— Logo após minha saída do MIBR, eu fiz uma lista de jogadores com quem eu gostaria de jogar em um futuro time. Mas tudo isso de forma embrionária e sem noção de onde isso poderia chegar. E junto disso, eu coloquei a organização ideal. A vida é tão engraçada que nessa lista estava o Fluxo como organização e o Felps, VSM e Lucaozy como os atletas — recordou o atleta para o G-Start.
Apesar do destino ter sido bom para Wood7, o caminho não foi tão fácil quanto parece. Segundo o gaúcho, natural de Frederico Westphalen, até chegar e conversar com Nobru e Cerol, muita coisa aconteceu. Foram muitas tentativas de contatos até finalmente o projeto ser ouvido pelos donos do Fluxo.
— Sempre admirei muito o trabalho dos dois dentro da comunidade de eSports. Eles têm o interesse de expandir as fronteiras para além do Free Fire, por isso foram muito receptivos. O que faltava era chegar em uma line que fizesse jus ao tamanho do Fluxo. Não poderia ser qualquer jogador. O maior tempo de discussão foi justamente para chegar nos nomes que formaríamos um time forte para representar essa organização — explicou.
Para que o time fosse formado, muita coisa precisou acontecer. Entretanto, como destaca Wood7, era para acontecer. O primeiro nome a se juntar foi Felps, que estava fora do time titular da Godsent e foi vendido ao Fluxo. Da mesma forma VSM, que estava no banco da 00 Nation e se juntou ao projeto.
A negociação mais complicada foi a de Lucaozy. A organização de Nobru e Cerol precisou desembolsar cerca de R$ 1,6 milhão para contratar o jogador da Young Sharks. O time foi fechado com Lux, jovem atleta que chega com o status de grande promessa do cenário.
— O Lucaozy é um dos melhores entry fragers do Brasil, facilmente. O Felps é um dos melhores playmakers e segundo capitão que um time pode ter. Além disso, você tem o VSM, que é um dos melhores solos bomb. Então, quando eu fiz aquela lista, eu coloquei os melhores de cada função. E o primeiro nome que eu consegui ter acesso foi o Felps. Ele também tem um pensamento parecido com o meu sobre a necessidade de lapidarmos jovens talentos e foi aí que achamos o Lux para fechar o time — comentou.
Saída do MIBR
Wood7 também relembrou como foi a sua saída do MIBR. Após defender uma das mais tradicionais organizações de Counter-Strike do Brasil durante o Major na Bélgica, o jogador entendeu que o melhor para ele e para o time era a separação, para que cada um pudesse seguir o seu caminho da melhor forma possível.
— Vivemos três fases. A primeira com o Apoka, que foi um coach que me deu toda a autonomia e confiança. Que viu na Bravos um potencial para representar o MIBR. Foi o primeiro momento que eu virei a chave na questão de experiência e entendimento de jogo. Na segunda, foi quando não tivemos coach e que inclusive nós vencemos a NAVI, até então melhor time do mundo. Foi uma oportunidade que eu tive de controlar um pouco as coisas dentro do time porque eu era a figura a principal. E a terceira fase foi quando entrou o Bruno "Bit1" Lima para ser o treinador. A mesma energia que eu colocava para liderar foi passada para ele e isso impactou na forma do time jogar. Tivemos bons resultados, fomos para o Major e evoluímos. Porém, individualmente, foi a minha pior fase e por isso resolvi sair — recordou.
Começo no CS:GO
Adriano Cerato começou sua carreira em 2017. Segundo ele, seu ingresso no competitivo de CS:GO se deu após assistir às conquistas da LG e SK em 2016. Recordando o período, o jogador do Fluxo explicou que aproveitou o conhecimento que tinha do jogo, adquirido durante a infância, para ter uma escalada rápida do amador ao profissional.
— Eu joguei CS durante a minha infância em Lan House durante o meu período de escola. A gente saía para jogar. Depois, durante a minha adolescência, eu abandonei o jogo. Porém, nos últimos dois anos de faculdade, eu vi o Fallen, Coldzera, Fer, Taco e Fnx conquistando o Major. Assistindo a isso, eu falei para mim mesmo: se eles conseguem, eu também consigo. Foi aí que eu comecei. Comprei um notebook, assistia as demos (gravações de jogos) e jogava os aim bots (treinos de mira) durante as aulas. Por já ter um conhecimento do jogo, eu tinha a malícia do que eu precisava fazer para se tornar profissional, tanto que em seis meses eu já entrei na INTZ (organização brasileira) — finalizou.