Uma das principais lamentações do torcedor brasileiro que está acompanhando o Intel Extreme Masters Major Rio, aqui no Brasil, foi a eliminação precoce da Imperial da competição. A equipe que conta com Gabriel “Fallen” Toledo, Ricardo “Boltz” Prass, Fernando “Fer” Alvarenga, Vinicius “Vini” Figueiredo e Marcelo “Chelo” Cespedes saiu do Mundial de Counter-Strike: Global Offensive (CS:GO) logo no segundo dia, deixando o gosto de quero mais nos brasileiros que lotaram as arquibancadas do Riocentro, no Rio de Janeiro.
Eliminada com três derrotas e nenhuma vitória, a Imperial saiu do torneio ainda na terça-feira (1). Depois de uma derrota na série melhor de três por 2 a 0 para a Cloud9, os brasileiros saíram do Major sem ao menos ter vencido na competição. Talvez esse seja o fato que mais passe na cabeça dos jogadores da equipe nesse momento. O gaúcho Ricardo “Boltz” Prass, em entrevista a GZH, falou sobre a experiência de ter disputado o Major no Brasil e da eliminação da equipe.
— Foi a melhor sensação da história na minha carreira. A torcida foi incrível. A gente sonha em jogar um Major no Brasil desde o início da nossa carreira. E a torcida fez até mais do que a gente esperava. Sabíamos que seria insano, mas a torcida entregou muito mais. Uma pena que não saímos com uma vitória para eles, porque eles mereciam muito — comentou o jogador.
Sobre a saída prematura do Major, logo no segundo dia da primeira fase do torneio, Boltz atribuiu a eliminação a um primeiro dia, em que nada deu certo para a Imperial, e ao fator psicológico no duelo contra a Cloud9, quando a equipe teve a oportunidade de ganhar os dois mapas, mas cedeu o empate e acabou perdendo na prorrogação.
— Valia muito para a gente. Então, querendo ou não, o psicológico pesou um pouco. E a gente mandou muito mal no primeiro dia, ficamos com nenhuma vitória e duas derrotas. Aí no jogo de eliminação, tivemos a infelicidade de enfrentar a Cloud9, que é uma equipe top 3 do mundo na nossa avaliação. Apesar disso, fizemos um bom confronto, poderíamos ter feito um 2 a 0 neles tranquilamente, o que mostra a nossa força. Entretanto, novamente, o lado psicológico pesou e não conseguimos fechar os mapas — explicou.
Por ser a equipe de maior torcida no Major, a Imperial — que aliás fez todo o projeto The Last Dance, reunindo campeões e jogadores com história no CS:GO brasileiro, visando ao Mundial no Brasil — puxou para si uma grande responsabilidade. Talvez por isso, o fator psicológico tenha pesado tanto. Questionado sobre se a pressão de carregar essa responsabilidade foi determinante para que o mental dos jogadores não estivesse 100%, Boltz disse não ter certeza do que houve.
— Difícil dizer o que realmente aconteceu. A gente trabalha muito para que o lado psicológico não afete, mas disputar um Major no Brasil é algo que a gente nunca vivenciou. Sonhamos em vencer um título no Brasil, e sendo um Major, nem se fala. Era algo que valia muito para a gente. Queríamos muito uma vitória para a torcida comemorar e colocar o estádio abaixo e ela, infelizmente, não veio — analisou.
Boltz também fez uma avaliação da participação dos brasileiros no Major do Rio. Restando apenas a Furia na competição, o jogador da Imperial afirmou que os três times brasileiros tinham potencial para estar no Legends Stage. Entretanto, tanto a sua equipe como a Zero Zero Nation não conseguiram apresentar o seu melhor jogo para garantir a vaga.
— A Furia era a favorita entre os times brasileiros para classificar. Eles são o melhor time e já é assim há bastante tempo. Estão consolidados no cenário internacional. Acho que tínhamos condições para passar também, assim como a Zero Zero, que tem um bom nível de jogo e poderia ter avançado, mas os dois times não conseguiram mostrar todo potencial para buscar a classificação — avaliou.
Questionado sobre o seu futuro como jogador e, principalmente, na Imperial, Boltz desconversou. O próximo Major será disputado em maio de 2023, e o atleta não confirmou se tentará estar presente na competição.
— Não sei ainda. Vamos ter uma reunião do time e ver o desejo pessoal de cada um e qual o interesse do time. Está tudo muito aberto ainda, a gente não tem nenhum compromisso depois do Major, então está todo mundo pensando na vida — finalizou.