Foi sofrido, mas a seleção brasileira feminina de vôlei seguirá tentando quebrar o tabu e vencer um Campeonato Mundial. Nesta terça-feira (11), em Apeldoorn, na Holanda, a equipe dirigida por José Roberto Guimarães venceu o Japão por 3 a 2, parciais de 18/25, 18/25, 25/22, 27/25 e 15/13, em 2h15min de jogo e se classificou para as semifinais, onde enfrentará a Itália.
A campanha brasileira nas duas fases anteriores apontava oito vitórias e apenas uma derrota, exatamente para a seleção japonesa, na primeira etapa da competição. E a exemplo do primeiro encontro, a equipe asiática dominou as ações nos dois sets iniciais e não ofereceu muitas oportunidades de reação ao Brasil, que precisou da experiência do técnico José Roberto Guimarães, que mudou o time ao longo da partida e garantiu a sexta semifinal brasileira na história da competição.
Japão domina e abre 2 a 0 com tranquilidade
O começo do primeiro set mostrou um Japão determinado a explorar os erros de passe do Brasil. Forçando o saque, as comandadas de Masayoshi Manabe logo chegaram ao 9 a 5, com um ace de Ishikawa. Com dificuldade para derrubar a bola no ataque, o técnico brasileiro trocou a ponteira Pri Daroit por Rosamaria e a oposta Tainara por Kisy, além de promover a entrada da levantadora Roberta na vaga de Macris e obteve algum êxito, encurtando a distância para dois (16 a 14). Mas as japonesas retomaram o controle e fecharam em 25 a 18. Nesse set, a seleção brasileira cometeu sete erros contra três das asiáticas, que contaram com cinco pontos de Ishikawa e quatro de Hamada.
E apesar dos alertas de Zé Roberto e de sua comissão técnica, a equipe brasileira seguiu cometendo erros que foram dando mais confiança para as japonesas, que começaram a segunda parcial marcando 3 a 0 e, aos poucos, foram ampliando a vantagem até marcarem 18 a 10 em um bloqueio sobre Gabi, No final, um novo 25 a 18, desta vez encerrado com um bloqueio em ataque de Rosamaria. O set terminou com oito erros do Brasil contra apenas um do Japão.
Zé Roberto promove trocas e Brasil reage
Quase sem alternativas na partida, o técnico brasileiro mudou radicalmente o time titular para o terceiro set e começou com Roberta, Rosamaria e Lorenne nos lugares de Macris, Pri Daroit e Tainara, além da líbero Nyeme, que substituiu Natinha. As trocas surtiram efeito e a seleção, pela primeira vez no jogo, assumiu a liderança do placar. O Brasil seguiu à frente, com um passe mais estável e especialmente com o ataque explorando o bloqueio japonês, algo que fora pedido por Zé Roberto ainda na segunda parcial. E num ataque de Carol Gattaz, a seleção brasileira fez 25 a 22 e reviveu na disputa, contando com seis pontos de Lorenne.
O começo do quarto set foi bastante parelho, com os times se alternando na liderança. O Japão fez 8 a 5, após uma sequência de três pontos, mas o Brasil buscou o empate e a virada em 11 a 9, com dois ataques de Gabi e outro de Rosamaria. A igualdade persistiu até a reta final, quando as brasileiras deixaram escapar uma vantagem de dois pontos (19 a 17) e levaram a virada em 20 a 19, depois de uma sequência de saques da levantadora Seki.
Com a proximidade do 25º ponto, o jogo ficou tenso e virou um duelo entre Gabi e Lorenne pelo lado brasileiro e Hayashi e Ishikawa, pelo time japonês. E foi Gabi quem brilhou ao marcar dois pontos e colocar o Brasil à frente em 24-23 e, depois de três chances para fechar, a seleção brasileira finalmente fez 27 a 25, com dois pontos de Carol Gattaz.
Em tie-break tenso, Brasil vira e vai à semifinal
O set desempate iniciou com as duas seleções se alternando na marcação de pontos. Com as duas defesas trabalhando bem, o equilíbrio aumentou ainda mais o grau de nervosismo dos dois lados e, na virada de quadra, a seleção brasileira liderava por 8 a 6. Com a líbero Fukudome defendendo bolas impossíveis e Hayashi precisa no ataque, as japonesas buscaram o empate e o time brasileiro só conseguiu recuperar a vantagem quando Gabi fez seu 25º ponto na partida e Inoue fez um ataque para fora. Logo depois, o bloqueio parou o ataque japonês e a histórica virada se concretizou e foi definida em um ataque de Ishikawa que parou na rede.
Gabi terminou como a maior pontuadora. A capitã brasileira fez 25 pontos. As meio de rede Carol Gattaz e Carol marcaram 14 e 13 pontos, respectivamente. Já Rosamaria saiu do banco para contribuir com 13 acertos, um a mais que Lorenne. No time japonês, Hayashi foi o destaque com 21 pontos.
Na semifinal, o Brasil irá enfrentar a Itália, que mais cedo fez 3 a 1 na China, parciais de 25/16, 25/22, 13/25 e 25/17, com 29 pontos marcados por Paola Egonu. A partida acontecerá na quinta-feira (13), às 15h (de Brasília), em Apeldoorn.
Atual campeã mundial, a Sérvia bateu a Polônia por 3 a 2 (21/25, 25/21, 25/19, 24/16 e 16/14), manteve a invencibilidade e se classificou para a outra semifinal, na qual pegará os Estados Unidos, atuais campeões olímpicos, que fizeram 3 a o na Turquia (25/22, 25/15 e 25/20). Esta partida será na quarta-feira (12), às 15h30min, na cidade polonesa de Gliwice.