Uma das escolas mais tradicionais de vôlei do mundo, Cuba será a adversária do Brasil na estreia do Campeonato Mundial, nesta sexta-feira (26), em Ljubljana, na Eslovênia. Porém, ao contrário do passado, os cubanos não estão entre os principais candidatos ao título do torneio ou sequer podem ser colocados em uma lista de possíveis surpresas.
Com duas medalhas de prata em mundiais, em 1990 e 2010, quando perdeu para Itália e Brasil, respectivamente, os cubanos lutam para se reestruturar como seleção. Celeiro de grandes nomes, a equipe da ilha sofreu por muito tempo com a questão política, já que atletas que deixavam o território cubano para atuar no Exterior acabavam proibidos de representar o país por se tornarem profissionais.
Após um acordo feito e depois de perder nomes como Yoandy Leal e Wilfredo León, que estiveram no time vice-campeão mundial em 2010, mas que hoje defendem Brasil e Polônia, respectivamente, Cuba voltou a investir em sua Escuela Nacional de Voleibol e conseguiu um acordo com os atletas que jogam em outras ligas para que eles pudessem voltar a jogar pela seleção.
O resultado do acordo e do investimento foi o surgimento de uma nova geração, que mesclada a nomes como o experiente central Robertlandy Simón, 35 anos, que entre 2016 e 2018 brilhou nas quadras brasileiras com a camisa do Sada Cruzeiro, tem conquistado vitórias importantes e aos poucos vem recolocando a seleção de Cuba em uma posição de destaque no cenário internacional.
Para se ter ideia, os cubanos venceram as últimas 18 partidas oficiais que realizaram com a seleção principal e conquistaram os títulos da Norceca Final Four, torneio que ainda teve México, República Dominicana e Porto Rico; da Challenger Cup, espécie de segunda divisão da Liga das Nações; e da Copa Pan-Americana, competição em que o Brasil atuou com uma seleção sub-21.
No Mundial, além de Simón, atenção para alguns nomes conhecidos do vôlei brasileiro. O ponteiro Miguel López, campeão, melhor jogador e saque da última Superliga pelo Sada Cruzeiro é um jogador que deve ser bastante marcado. Assim como ele, o oposto Michael Sánchez, que defendeu o vice-campeão Minas Tênis Clube e que nesta temporada jogará pelo time de São José dos Campos, também é candidato a ser uma das surpresas do Mundial. Eles deverão ser municiados pelo levantador Adrián Goide, que desde 2021 defende o Brasília Vôlei.
Entre outras destaques da equipe dirigida pelo ex-levantador Nicolás Vives, que defendeu a seleção cubana em três olimpíadas (1992/1996/200), estão os ponteiros Osniel Melgarejo e Marlon Yant Herrera, que atuam na Itália, assim como o oposto Jesús Herrera.
Os recentes resultados animaram o treinador cubano ao ponto de ele declarar não temer a estreia contra o Brasil: "Não nos preocupa estrear contra os brasileiros. Nos preparamos para jogar, ir passo a passo contra eles, Japão e Catar", disse Vives ao jornal Granma, veículo oficial de imprensa de Cuba.
Mas apesar do otimismo, o desfalque de Roamy Alonso deverá ser sentido pelo time. O jogador do italiano Piacenza, não se recuperou de uma tendinopatia no joelho esquerdo, e acabou sendo cortado.
Confira os jogadores da seleção cubana no Mundial:
Levantadores: Adrián Goide e Lyván Taboada
Ponteiros: Miguel López, Osniel Mergarejo, Marlon Yant Herrera e José Miguel Suárez
Opostos: Jesús Herrera, Michael Sánchez e Miguel David Gutiérrez
Centrais: Liván Osoria, Robertlandy Simón e Javier Concepción
Líberos: Yonder García y Alain Gourguet Salas