A 20ª edição do Campeonato Mundial de vôlei masculino começa nesta sexta-feira (26), com jogos que serão disputados em duas cidades da Polônia, Katowice e Gliwice, e Ljubljana, capital da Eslovênia. O torneio terá 24 seleções divididas em seis grupos de quatro e será encerrado no dia 11 de setembro. Suspensa das principais competições por conta da Guerra na Ucrânia, a Rússia, que sediaria o evento, será a grande ausência.
O campeonato começa com favorito. Atual campeã olímpica e da Liga das Nações, a França surge como a equipe a ser batida. O time chegou a iniciar este ciclo pós Jogos de Tóquio sob o comando de Bernardinho, que acabou se desligando por questões particulares.
Hoje, o time é dirigido pelo italiano Andrea Giani, tricampeão como jogador em 1990/94/98, e conta com nomes como o ponteiro Earvin Ngapeth, eleito MVP nas duas conquistas francesas e Jenia Grebennikov, o melhor líbero do mundo na atualidade. Além deles, o central Chinenyeze e o oposto Patry também são peças fundamentais da seleção francesa.
Uma das sedes do torneio, atual bicampeã mundial e líder do ranking da Federação Internacional de Voleibol (FIVB), a Polônia também está na prateleira das favoritas ao título, o que a igualaria a Brasil e Itália, os únicos tricampeões consecutivos até hoje.
O time dirigido pelo ex-levantador sérvio Nikola Grbic, campeão olímpico nos Jogos de Sydney, deposita suas esperanças no oposto Bartosz Kurek, eleito o melhor jogador do último Mundial em 2018.
Se franceses e poloneses despontam como as forças do Mundial, os Estados Unidos surgem logo a seguir. Com um título, os americanos ficaram com o bronze na edição passada e recentemente foram vice-campeões da Liga das Nações, após eliminarem o Brasil nas quartas. O levantador Micah Christenson e o ponteiro T.J. DeFalco são os principais nomes ao lado do veterano oposto Matthew Anderson, de 35 anos.
A seleção brasileira vive fase irregular e no momento não é uma das favoritas. Em processo de renovação e convivendo com muitas lesões, o Brasil ainda busca uma formação ideal.
Depois de vencer a Copa do Mundo de 2019, de forma invicta, o Brasil sofreu com a pandemia, que atingiu o técnico Renan Dal Zotto, que ficou internado por um longo período. Ele só voltou dias antes do embarque dos Jogos de Tóquio, quando ficou de fora do pódio ao perder a disputa do bronze para a Argentina. Na última Liga sofreu derrotas que não ocorriam há anos, como para a China e parou nos Estados Unidos nas quartas.
O central Isac, com problema na coluna, ficou de fora da lista. Lucão era dúvida até o fechamento da convocação, por se recuperar de lesão no tornozelo direito e o oposto Alan rompeu o tendão de Aquiles da perna direita na fase classificatória da Liga das Nações. Esses problemas fizeram Renan recorrer a Wallace, que havia se aposentado da seleção depois das Olimpíadas. Aos 36 anos, ele aceitou o chamado e vai disputar a competição.
No Mundial, o Brasil contará muito com a tradição de ter disputado as últimas cinco finais e o fato de ter uma primeira fase relativamente tranquila, o que poderá dar entrosamento ao time. A estreia será contra Cuba, e depois a seleção enfrenta Japão e Catar. Pelo regulamento, os dois primeiros de cada um dos seis grupos e mais os quatro melhores terceiros colocados avançarão para as oitavas de final, quando o campeonato adotará o sistema eliminatório.
A quinta força é a Itália, que busca retomar protagonismo vivido na década de 1990, quando faturou o tricampeonato e venceu sete edições da extinta Liga Mundial. Depois da medalha de prata nos Jogos do Rio em 2016, os italianos voltaram a mostrar força recentemente ao conquistarem o título europeu em 2021 contra a surpreendente Eslovênia, que havia eliminado a Polônia nas semifinais. O levantador Simone Giannelli e o ponta Alessandro Michieletto, 20 anos, são os que mais despontam na nova geração da Azzurra.
Confira os grupos do Mundial de vôlei:
- Grupo A - Sérvia, Porto Rico, Tunísia e Ucrânia
- Grupo B - Brasil, Cuba, Japão e Catar
- Grupo C - Polônia, Estados Unidos, Bulgária e México
- Grupo D - França, Alemanha, Camarões e Eslovênia
- Grupo E - Itália, Canadá, China e Turquia
- Grupo F - Argentina, Holanda, Irã e Egito
*Os dois primeiros colocados de cada grupo avançam para as oitavas, assim como os quatro melhores terceiros lugares. A partir desta fase, os jogos serão disputados no sistema eliminatório.
**Os jogos dos grupos A e C serão disputados em Katowice, na Polônia. As partidas dos grupos B, D, E e F serão realizadas Ljubljana, na Eslovênia