O Brasil garantiu neste domingo (30), em Turim (ITA), uma medalha de prata de grande importância no Campeonato Mundial masculino de vôlei. O time bicampeão olímpico, afinal, ainda é um dos melhores do planeta. Mas a derrota para a Polônia na decisão por 3 a 0, com parciais de 26-28, 20-25 e 25-23, deixou frustrações. Longe de seus melhores dias, a equipe do técnico Renan Dal Zotto repetiu a prata de quatro anos atrás, contra o mesmo rival. Na ocasião, o grupo que era comandado por Bernardinho perdeu a final por 3 a 1.
A tarde inspirada do oposto polonês Kurek, maior pontuador da partida, com 24 acertos, intimidou os brasileiros. E a atuação do levantador Drzyzga foi facilitada pelo bom aproveitamento dos campeões na recepção. O oposto Wallace foi quem mais marcou pela Seleção, com 14 acertos. O resultado encerra uma campanha positiva. O Brasil, que buscava o tetra, após levar o ouro em 2002, 2006 e 2010, perdeu apenas duas vezes nesta edição do torneio. A outra derrota foi para a Holanda, por 3 a 1, ainda na primeira fase.
Foi um início nervoso, mas Kurek, que ficou fora do Mundial de 2014 por indisciplina, parecia não se intimidar. O jogador aproveitou praticamente todas as chances que teve no primeiro set. O saque brasileiro pouco incomodou. E a parcial começou a escapar cedo para o time de Renan. Até mesmo Douglas, destaque na campanha quase impecável, mostrou dificuldades para pontuar. O atacante levou um bloqueio que fez os europeus abrirem 17 a 13.
Confiança de um lado, tensão de outro. Mas Lipe, com dois saques mortais, diminuiu a diferença para 21 a 20. A partida ficou igual. Os bons saques de Isac e o bloqueio de Lucão deixaram claro para os poloneses que havia um adversário grande do outro lado. Os times trocaram pontos e acumularam erros. Mas, no fim, Wallace não passou pelo bloqueio vermelho.
A Seleção iniciou o segundo set em ritmo lento. Lipe e Douglas estiveram abaixo no ataque. Do outro lado, Kurek não desperdiçava nenhuma oportunidade. Uma mudança de postura era, novamente, necessária. E ela aconteceu, graças ao jovem ponteiro brasileiro, que pediu bolas a Bruninho. Wallace e Lucão também correspondiam. Mas não bastava. O saque e o bloqueio verde e amarelo ficaram devendo. Kurek, no saque, abriu 20 a 16. A equipe europeia só precisou manter o ritmo para abrir 2 a 0.
O Brasil se desanimou, e as poucas armas que ainda davam esperanças de uma reação pararam de funcionar. Renan mandou para o terceiro set William no lugar de Bruninho e Isac na vaga de Maurício Souza. Douglas ficou duas vezes seguidas no bloqueio, e a Polônia abriu 9 a 3. Um raro bloqueio verde e amarelo, em Kubiak, foi visto na reta final, com Lucas Loh. Mas, sem um saque efetivo, de nada adiantava. Houve muita luta de Evandro, mas Kubiak decretou o tricampeonato da equipe, que, além de 2014, também levou o ouro em 1974.