Nove meses depois de chutar a cabeça de um árbitro em uma partida de futebol, o ex-jogador profissional William Ribeiro teria agredido um juiz novamente. No domingo (24), durante um jogo válido por um campeonato de futebol 7 amador em Pelotas, ele teria dado um soco no rosto de Jones Belém, que apitava o confronto. O árbitro ficou com hematoma embaixo do olho direito e registrou um boletim de ocorrência.
Segundo o árbitro, a confusão teria começado quando William reclamou de um lance e recebeu cartão amarelo. Ainda segundo a versão do juiz, o "atleta respondeu de forma desrespeitosa" e por isso levou cartão azul (no futebol 7, essa punição exclui o jogador da partida mas permite a reposição imediata; diferentemente do cartão vermelho, que deixa a equipe com um a menos até o final).
— Ele partiu para cima de mim. Tentei evitar e o "abracei". Caímos contra a tela, e o time dele veio junto e me agrediu. Eles me seguraram e William voltou e me deu um soco embaixo do olho. Não tive chance de me defender — contou Jones.
Depois da suposta agressão, William saiu do ginásio. O árbitro encerrou a partida, apesar dos protestos dos atletas e, segundo ele, da organização.
Esse é mais um caso de violência no qual o ex-jogador profissional se envolveu. No anterior, em 4 de outubro de 2021, ele havia derrubado e chutado a cabeça de Rodrigo Crivellaro em um jogo da Divisão de Acesso entre Guarani-VA e São Paulo-RG, em Venâncio Aires.
O árbitro ficou desacordado, depois precisou ser internado em razão de uma fratura nas vértebras, teve de usar colete cervical, fazer fisioterapia, ficou 90 dias afastado de qualquer atividade profissional e só voltou a apitar em 20 de abril de 2022.
Por essa agressão, William foi indiciado pela Polícia Civil e denunciado pelo Ministério Público por tentativa de homicídio qualificado por motivo fútil. Ele foi suspenso por dois anos do futebol profissional e aguarda o julgamento em liberdade.
Consultado pela reportagem de GZH, o advogado Fabio Gonçalves, responsável pela defesa de William Ribeiro, explicou a versão do ex-jogador sobre o caso.
— Depois da sucessão de cartões e das primeiras reclamações, o William mais uma vez, em função do último cartão, foi reclamar com o juiz, que teria dito a ele que 'ali ele não iria se criar'. Teria dado uma resposta um pouco mais ostensiva ao William e desferiu uma rasteira no William, tanto que caíram em cima da grade de contenção. Tudo isso presenciado por uma série de pessoas. Ato contínuo, quando estavam ali agarrados, como o próprio juiz narrou que tentou abraçá-lo, demonstrando que foi o arfã do juiz, que ele parte para cima do William. O William vai reclamar com ele verbalmente apenas, o que o juiz não narra nesse primeiro momento que o William o agrediu. Ele diz que o William partiu para cima dele e ele, imaginando sei lá eu o que, abraçou o Willian, na verdade, e o William diz que ele desferiu uma rasteira. O segurou e desferiu uma rasteira, o derrubando ao chão por cima da grade. As pessoas vieram para o entorno, os outros jogadores, e aí houve confusão generalizada, na qual o William tentou se defender e não teve intenção pontual e nem direta de agredir nem juiz e nem ninguém. Não há nenhum registro do William agredindo pontual e diretamente este árbitro, mas o contrário há. O árbitro o agarrando e desferindo a rasteira que o William disse que levou — disse o advogado, complementando que o ex-jogador também registrou Boletim de Ocorrência com a versão dele dos acontecimentos e fará exame de corpo de delito no Instituto Geral de Perícias.