O árbitro da FGF Rodrigo Crivellaro, 29 anos, vítima de agressão em partida da Divisão de Acesso do Gauchão, criticou a punição esportiva dada pelo Tribunal de Justiça Desportiva do RS ao jogador agressor William Ribeiro, nesta segunda-feira (18). O atleta foi suspenso dos gramados por dois e ainda responde a processo criminal que aguarda inquérito da Polícia Civil.
— É uma vergonha apenas dois anos de punição. Em um lance que eu podia ter morrido. Também sou pai de família, também não tenho dinheiro, como esse cara não tem, que foi a justificativa (para não aumentar a pena) — declarou Crivellaro, em vídeos publicados no Instagram na noite de segunda.
— Tinha que ser banido do futebol porque eu podia ter perdido minha vida. É uma vergonha a lei brasileira e a lei desportiva — complementou o árbitro e educador físico.
Na última sexta-feira (15), um primeiro laudo médico indicou que as lesões causadas pelo soco e chute desferidos por William não causaram risco de morte para Rodrigo. No entanto, o jogador ainda pode ser denunciado pelo Ministério Público por tentativa de homicídio, após o inquérito da Polícia Civil ser concluído.
O delegado Felipe Cano, da delegacia de Venâncio Aires, aguarda um segundo laudo pericial do Departamento Médico Legal. Dentro de um mês, Crivellaro será novamente examinado para descobrir como a lesão ligamentar na sexta vértebra, na região cervical da coluna, segue impactando sua vida. A previsão de recuperação para o árbitro é de três meses, fato que deve dificultar a defesa do agressor, pois impedir a vítima de exercer sua função profissional é um agravante no qualificador do fato, perante a lei.
Em entrevista ao programa Altas Horas, da TV Globo, no sábado (16), Rodrigo afirmou que não foi contatado em nenhum momento por William Ribeiro. Apenas o presidente do São Paulo-RG o enviou uma mensagem estimando melhoras depois de encerrar o contrato com o jogador.