A Polícia Civil de Venâncio Aires recebeu, nesta sexta-feira (15), o resultado dos exames de corpo de delito do árbitro Rodrigo Crivellaro, agredido no último dia 4 de outubro em partida da Divisão de Acesso do Gauchão. O laudo concluiu que o soco e o chute deferidos pelo jogador William Ribeiro não colocaram a vida de Rodrigo em risco. No entanto, ainda é possível que o Ministério Público faça uma denúncia de tentativa de homicídio ao atleta.
— O exame diz que a lesão não gerou risco de morte. Teve escoriações no rosto, nariz e lábio, além da lesão ligamentar na vértebra C-6, a mais grave. O perito entendeu que nenhuma delas gerou risco de morte ao árbitro. Poderia gerar outros danos, por exemplo, mas não de morte — detalha o delegado da Polícia Civil Felipe Cano, responsável pelo inquérito, que ainda depende de um segundo exame.
No próximo mês, Crivellaro terá de fazer outra série de exames para avaliar como sua vida foi afetada pelas lesões. Caso ele fique mais de um mês impossibilitado de trabalhar, a agressão pode ser classificada como "grave" ou "gravíssima". Tal definição pode ter impacto na interpretação de uma eventual denúncia de tentativa de homicídio ou dano corporal por parte do Ministério Público Estadual.
— Por ficar afastado das atividades por mais de 30 dias, precisa acompanhar a evolução das lesões. Caso neste segundo laudo fique comprovado que ele segue afastado das atividades, pode mudar o crime para lesão grave, de maior risco. Por isso, ainda vou esperar o laudo complementar para concluir o inquérito — explica Cano.
Ele recebeu alta do Hospital São Sebastião Mártir, em Venâncio Aires, para onde foi levado após desmaiar em campo em decorrência da agressão, um dia após o incidente. O árbitro dizia não lembrar do lance, e teve lesão ligamentar na sexta vértebra, na região cervical. O período de recuperação é estimado em três meses. Educador físico, ele ficará impossibilitado de apitar jogos e também de trabalhar em sua atividade.
A partir da conclusão do inquérito por parte da Polícia Civil, o MP-RS poderá articular uma eventual acusação, e os advogados de William Ribeiro, a respectiva defesa. O agressor teve seu vínculo profissional com o São Paulo-RG encerrado após a partida, foi levado para a delegacia de Venâncio Aires e passou a noite lá. Após todos depoimentos de envolvidos terem sido colhidos, ele recebeu o direito de responder ao processo em liberdade.