Tricampeão do Circuito Mundial de Surfe, Gabriel Medina está fora da disputa pelo título desta temporada. O brasileiro foi superado pelo australiano Callum Robson na repescagem da etapa de Saquarema, no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (24), e acabou eliminado precocemente, resultado que mina suas esperanças de conseguir entrar no top 5 mundial para disputar o WSL Finals na Califórnia, em setembro.
Depois de anunciar que se afastaria das competições e não participar das cinco primeiras etapas do circuito, Medina voltou a competir no final de maio e foi terceiro lugar tanto em G-Land, na Indonésia, quanto em Punta Roca, em El Salvador. Com os dois pódios, somou 13.320 pontos no ranking e se colocou na 23º posição. Apesar da distância grande para os primeiros colocados, uma vitória no Brasil poderia deixá-lo vivo na disputa pelo título.
A jornada do surfista paulista na Praia de Itaúna começou na quinta-feira, quando perdeu a primeira rodada para Connor OLeary. Com isso, precisou ir para a disputa da repescagem, nesta sexta, para tentar uma vaga nas oitavas de final. Apoiado pelos torcedores brasileiros, pegou uma onda de 7.50 logo no início, mas viu seu adversário, o australiano Callum Robson, conseguir um 6.00 em seguida, antes de descartar a nota com um 8.17 e um 7.40
Na tentativa de bater a nota geral de 15.57 alcançada por Robson, Medina conseguiu somar apenas mais 2.87 e fechou a bateria com 10.37 pontos. Ele até tentou um aéreo na parte final, mas se desequilibrou na aterrissagem. Ao sair do mar, foi visto mancando e se queixou de dores por causa de uma pancada no joelho direito.
Caio Ibelli leva 10
Apesar da frustração vivida por Medina, o Brasil teve motivos para celebrar muito em Saquarema. Também participando da repescagem, Caio Ibelli pegou um tubo e conseguiu uma nota 10 durante confronto com o compatriota Jadson André. Foi apenas o segundo 10 obtido por um surfista nesta temporada do circuito mundial.
Esta foi a primeira nota 10 em etapas do circuito da carreira de Caio e apenas a segunda em Saquarema, desde 2017 quando a competição brasileira deixou de ser disputada na Barra da Tijuca. A única era a de Filipe Toledo em 2018, no primeiro ano do seu bicampeonato consecutivo em Saquarema. Nos cinco anos da história do Rio Pro, o tubo de Ibelli foi a sexta onda a receber nota 10 dos juízes. As quatro primeiras saíram no Postinho da Barra, duas para Filipinho em 2015 e duas para Medina em 2016.
A onda perfeita só veio quando faltavam poucos minutos para a bateria acabar, após Jadson liderar desde o início. No fim das contas, Ibelli fez 14.43 contra 8.83 do adversário e avançou. Nas quartas de final, vai enfrentar outro brasileiro, Samuel Pupo, classificado direto da primeira rodada, sem necessidade de repescagem.
— Eu passei a bateria inteira precisando de uma nota baixa e já estava quase me conformando que não ia vir mais onda. Aí surgiu aquela onda, só que eu estava muito atrasado para entrar, então fui acelerando e não acreditei que consegui sair depois da baforada. Essa é a primeira vez que consigo competir com toda a minha família junto aqui e eu só queria fazer uma boa apresentação, então estou feliz por essa nota 10 — falou Caio, após a bateria.
Quem também precisou de uma segunda chance para avançar às oitavas e entrou na água nesta sexta foi Mateus Herdy, convidado pela WSL para participar da etapa no lugar do havaiano Barron Mamiya, lesionado. Herdy enfrentou o japonês Kanoa Igarashi, medalhista de prata nos Jogos Olímpicos de Tóquio, acertou lindos aéreos e fez 16.00 contra 12.90 do adversário para avançar. Na próxima fase, enfrenta o australiano Jack Robinson.